Folha de S.Paulo

Palmeiras firme e forte

Fácil não foi, porque quem tem Deyverson e Felipe Melo sempre corre risco

- Juca Kfouri Jornalista e autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP

O Pacaembu ensolarado vivia uma tarde tranquila com mais de 36 mil torcedores que festejavam os dois gols do aniversari­ante do dia, o meio campista Bruno Henrique, 29, vivendo os melhores dias de sua vida.

Um de pênalti, outro de fora da área, golaço.

O Ceará fazia dignamente o papel de coadjuvant­e quando, já nos acréscimos do primeiro tempo, Deyverson deu uma entrada amalucada num adversário para ser expulso de campo

Onze contra dez a vida fica sempre arriscada.

O Ceará, com Arthur, tratou de diminuir e embora tenha sido ameaçado diversas vezes de levar o terceiro gol, também pôs a vitória alviverde em risco outras tantas, ao transforma­r o que era apenas alegria em apreensão na casa do líder.

Que não é líder à toa e soube levar a vitória até o fim, embora com o prejuízo da perda de Mayke, Bruno Henrique, Lucas Lima e Deyverson para o jogo do próximo sábado (27), no Maracanã, contra o Flamengo, em busca de seus calcanhare­s.

Complicado por causa do adversário da quarta-feira (24), o Boca Juniors, na temida Bombonera, o jogo de ida das semifinais da Libertador­es.

Felipão terá de usar no Brasileiro jogadores que prefere guardar para o torneio continenta­l.

Não chega a ser um drama, apenas incômoda mudança de planos, dada a força e consistênc­ia mostradas pelos times usados até agora.

Mesmo quando o adversário ameaça, os jogadores alviverdes passam a sensação de saberem exatamente o que estão fazendo e tirante os sempre imprevisto­s rompantes de Deyverson e de Felipe Melo, não há por que temer.

E diga-se a bem da verdade, o meio campista parece estar numa fase de maior controle, não a ponto, é claro, de jogar em Buenos Aires...

Queda livre

O São Paulo ficará por conta de lutar por vaga direta na Libertador­es.

Diego Aguirre fez as mudanças esperadas, devolveu Arboleda à zaga, sacou Jucilei e Nenê, mas de pouco adiantou e o 0 a 0 com os atleticano­s do Paraná decepciono­u novamente a torcida tricolor, agora reduzida a pouco mais de 13 mil pessoas no Morumbi.

A verdade é que a liderança causou uma falsa expectativ­a em torno de um elenco cujo objetivo só poderia almejar a vaga na Libertador­es, que estará de bom tamanho.

A base para uma próxima temporada melhor está dada e mantê-la é o mínimo esperado de quem tiver bom senso.

Pontinho salvador

O empate de 2 a 2 do Corinthian­s com o Vitória na capital baiana, apesar do empate rubro-negro ter sido nos acréscimos logo após o gol da virada, deve ser comemorado pela Fiel.

Empatar fora e ganhar em casa passa a ser a busca do alvinegro para evitar a volta a 2007.

Além do mais, ter feito dois gols parece um milagre para quem nem chutar na meta adversária vinha conseguind­o.

Agora é pensar no Bahia e tratar de arrancar três pontos em Itaquera, no peito e na raça, atributos presentes num time carente apenas de bola.

No Beira-Rio

Os torcedores colorados passaram o domingo secando o Palmeiras e não deu certo.

Agora têm de lotar o BeiraRio e levar o Inter à vitória contra o Santos, segunda melhor campanha do returno e na cola dos atleticano­s de Minas pela sexta vaga na Libertador­es.

O Campeonato Brasileiro de pontos corridos está melhor que a encomenda, pelo menos na emoção e do suspense.

Só o Palmeiras mesmo não tem dado sopa para o azar e daqui para frente, em cima e em baixo da tábua de classifica­ção, quem puder mais chorará menos.

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