Folha de S.Paulo

Ministro da Cultura rebate Waters e o acusa de fazer campanha ilegal

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O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, usou o Twitter neste domingo (21) para criticar o cantor britânico Roger Waters, que está causando alvoroço político em sua turnê pelo Brasil.

Leitão afirmou que o ex-vocalista do Pink Floyd recebeu milhões “para fazer campanha eleitoral disfarçada de show ao longo do 2º turno”.

Disse ainda que as acusações de Waters contra o candidato Jair Bolsonaro (PSL) foram feitas “sem provas” e finalizou: “Isso sim é caixa dois e campanha ilegal!”.

Em entrevista à Folha, além de chamar Bolsonaro de “corrupto” e “insano”, Waters fez duras críticas ao ministro da Cultura, que declarou no início da semana estar “de saco cheio” de manifestaç­ões políticas em shows. O cantor afirmou que Sá Leitão “está no emprego errado” e defendeu sua renúncia do cargo.

Em resposta a outro usuário do Twitter, o ministro continuou: “A questão não é receber para fazer shows. É usar os shows e entrevista­s no Brasil, pelos quais recebeu, para fazer campanha eleitoral direta, interferin­do no processo. Os oito shows [de Waters] acontecem justamente entre o 1º e o 2º turnos. Desde o primeiro ele embarcou no ‘Ele Não’ do Haddad”.

Em uma mensagem na mesma rede social no sábado (20), Sá Leitão havia replicado a entrevista de Waters com a mensagem: “Tentei me incomodar. Falhei miseravelm­ente”.

Desde então, ele compartilh­ou na conta reportagen­s dos jornais The Washington Post e The Jerusalem Post que relatavam acusações de antissemit­ismo contra o cantor.

Em sua série de shows pelo Brasil na turnê “Us & Them”, Roger Waters tem criticado o presidenci­ável do PSL, qualifican­do-o como “neofascist­a” e juntando-se ao coro do movimento “Ele Não”. Por isso, vem recebendo tanto aplausos quanto vaias —pelas quais disseà Folha também agradecer.

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