Folha de S.Paulo

MANO BROWN CRITICA PT EM ATO PRÓ-HADDAD E É DEFENDIDO POR CAETANO E CHICO

- Sérgio Rangel e Lucas Vetorazzo

O rapper no comício na Lapa, no Rio, em que condenou ‘o clima de festa, o fanatismo e a cegueira’, foi vaiado pelo público e defendido pelos artistas

O rapper Mano Brown quebrou o clima festivo de comício de Fernando Haddad (PT) com presença de artistas no Rio na noite desta terça (23).

Em um discurso de pouco mais de três minutos, ele disse achar que a eleição já estava decidida e que se o PT “não conseguiu falar a língua do povo, tem que perder mesmo”.

Diante de Haddad, criticou a falha de comunicaçã­o da campanha. “Vim apenas me representa­r. Não gosto do clima de festa. A cegueira que atinge lá, atinge aqui também. Isso é perigoso. Não tá tendo clima pra comemorar”, afirmou o cantor, que calou o público nos Arcos da Lapa.

O rapper chegou a ser vaiado por parte do público. “Não vim aqui ganhar voto. Acho que já tá decidido. Se errou, tem que pagar mesmo”, disse.

Caetano Veloso pegou o microfone e saiu em defesa do rapper. Disse que o país vive a “imbeciliza­ção da sociedade” e concordou com Brown que não seria hora de festa. “A fala do Mano traz a complexida­de do momento.”

“Eu entendo o Mano Brown, tendo a concordar, sei que vai ser difícil, mas eu ainda acredito ser possível”, disse depois Chico Buarque. “Talvez aqueles eleitores que votaram em Bolsonaro, os chamados coxinhas, se sensibiliz­em com essa onda de boçalidade.”

Haddad afirmou que Bolsonaro estaria com medo de uma subida da candidatur­a petista nas pesquisas.

Gilberto Gil, que está fora do país, mandou mensagem de apoio ao petista em vídeo. Além de Gil, enviaram vídeos os atores Sonia Braga, Wagner Moura e Marcelo Serrado, este um apoiador do impeachmen­t de Dilma. A organizaçã­o estimou 70 mil no local —a PM não fez estimativa.

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Ian Cheibub/Folhapress

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