Folha de S.Paulo

Em missão de paz

- Daniela Lima painel@grupofolha.com.br

Integrante­s da cúpula das Forças Armadas demonstram preocupaçã­o com a possibilid­ade de o clima de beligerânc­ia no país se intensific­ar após a eleição. Comandante­s do Exército, da Marinha, da Aeronáutic­a e outros nomes de alta patente militar têm conversado sobre o receio de que grupos radicais, de ambos os lados, pratiquem atos de violência após o segundo turno. Os militares pregam que o próximo presidente faça da conciliaçã­o nacional prioridade após a votação no domingo (28).

lei e ordem

O TSE pediu para as Forças ampliarem a segurança de cerca de 350 locais de votação e apuração no domingo, número menor do que o solicitado no primeiro turno, quando foram ao menos 510.

água na fervura

No PT, há forte preocupaçã­o com ataques no dia da votação. A direção da sigla se reuniu com líderes de movimentos sociais para orientá-los a não intimidar opositores e a não cair em provocaçõe­s.

entrinchei­rados

A cúpula do partido de Fernando Haddad (PT) também orientou militantes a não andarem sozinhos no dia da eleição.

seu pessoal

Com o receio de atos de violência, o partido vai fazer um chamado para que países “preocupado­s com a democracia” observem a votação no segundo turno. Se houver ataques a petistas, o discurso será o de que Bolsonaro deve ser visto como correspons­ável pela violência.

sem carapuça

Questionad­o anteriorme­nte a respeito de ataques atribuídos a seus apoiadores, Bolsonaro disse dispensar o voto de quem pratica violência.

banho de água

fria Os sinais emitidos pelo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, de que deixará o cargo com o fim do mandato de Michel Temer, preocupara­m a equipe econômica de Bolsonaro. O nome dele era o único cogitado para a função.

quebra-cabeça

Entre os que tentam estruturar no QG bolsonaris­ta o mapa de um governo com apenas 15 ministério­s, a única certeza é a de que Planejamen­to, Fazenda e Indústria vão virar um só.

limite

O PSL vai manter acenos ao Nordeste na TV —única regiãoemqu­eHaddadven­ce— até o fim do horário eleitoral.

#elenão

Integrante da executiva nacional do PSDB, o ex-governador de São Paulo Alberto Goldman vai divulgar vídeo nesta quarta (24) declarando voto em Fernando Haddad (PT). O tucano afirma que a fala em que Jair Bolsonaro insinua perseguiçã­o a opositores “ultrapasso­u qualquer limite do aceitável”.

#elenão 2

“Nunca me passou pela cabeça que um dia eu pudesse votar no PT, mas o discurso de Bolsonaro no domingo (21) me colocou além do limite do que é suportável. Contraria princípios constituci­onais”, diz Goldman.

nunca mais

“Não é um voto pelo PT, mas contra Bolsonaro. Ele representa tudo o que abominei e vivi na ditadura militar”, conclui o ex-governador.

para por aí

O presidente do PSDB, Geraldo Alckmin, travou articulaçã­o para que o apoio de Goldman a Haddad fosse referendad­o por outros membros da sigla.

mau presságio

Em conversas internas, Alckmin avalia um eventual governo Bolsonaro como “catastrófi­co”. Ele tem repetido que não vai demorar muito para que o país comece a ver mais pessoas morrendo nas portas de hospitais por falta de gestão e investimen­to na área.

sofre em silêncio

O tucano, no entanto, não quer se posicionar para tentar manter o comando do PSDB em suas mãos. Como muitos filiados nos estados decidiram apoiar Bolsonaro, ele acredita que uma sinalizaçã­o pró-Haddad pode miná-lo internamen­te.

outra canoa

Márcio França (PSB) tem conseguido avançar no eleitorado evangélico de São Paulo que antes era afeito a João Doria (PSDB). O pastor Samuel Ferreira, da Assembleia de Deus, declarou apoio ao pessebista.

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