Reuters visita ‘brigada’ de generais no centro de um governo Bolsonaro
Destacada pelo Drudge Report e reproduzida por New York Times e sites pelo mundo, a agência Reuters despachou a longa reportagem “O esquadrão de exmilitares por trás da ascensão de Jair Bolsonaro no Brasil”.
Concentra-se em quatro generais. O primeiro é Augusto Heleno, “provável ministro da Defesa”, que recebeu na porta os repórteres Brad Brooks e Anthony Boadle e os dispensou, dizendo: “Sob ordens do Bolsonaro, é silêncio de rádio total até depois das eleições”.
Os outros são o vice Hamilton Mourão e os esperados ministros de infraestrutura e transportes, Osvaldo Ferreira, e de educação e comunicações, Aléssio Ribeiro Souto, que também pouco responderam sobre o eventual governo.
“Sua ascensão”, dos quatro generais, “tem deixado muitos brasileiros temerosos dos dias em que as Forças Armadas davam as cartas”, escreve a Reuters, lembrando que “a nação foi governada por junta militar de 1964 a 1985”.
globo optou Além do “silêncio total” dos generais, Bolsonaro enviou email à Globo, no dizer da emissora, “informando que em razão de limitações de saúde” ele não vai ao debate. E a Globo, como noticiou Maurício Stycer no UOL, “optou por não entrevistar Haddad”.
nas coxias Por sites como Teletime, Tele.Síntese e Convergência Digital, a última semana foi de disputa em torno da Anatel, a agência de telecomunicações. O ministro das Comunicações, Gilberto Kassab, indicou seu “braço direito” que “tem o apoio da radiodifusão”, ou seja, TVs como a Globo. Elas estariam “interessadas em marcar território na Anatel”, onde “nunca tiveram assento”, e o nome que apoiam seria já o presidente. Mas na sexta o Palácio do Planalto refez a mensagem e o apontou só diretor. E no fim de semana Bolsonaro avisou em coletiva que o Ministério das Comunicações seria absorvido pelo MEC —que deverá ficar com o general Souto.
‘brazil, love it or leave it’ Na Europa, por britânicos como Channel 4 e Guardian e alemães como Süddeutsche e Frankfurter Allgemeine, a ameaça feita em “live” por Bolsonaro aos oponentes “vermelhos” ecoou mais do que a de seu filho ao Supremo. Foram enunciados falando em ameaça “sem precedentes” de “limpeza”, de “expurgo”, e referências ao “slogan infame da ditadura de 1964-85”, Brasil, ame-o ou deixe-o.
‘how democracies die’ Na Bloomberg, “Versão em português de ‘Como as Democracias Morrem’ se torna o livro mais vendido da Amazon no Brasil”, tendo “disparado para o topo” em um mês. Ouvido, o autor Steven Levitsky afirmou que “os brasileiros estão preocupados com a democracia”. Mais precisamente, “estão preocupados com Bolsonaro”.
só ele Sob o título “Economist está errada, Bolsonaro seria melhor para o Brasil do que Haddad”, a revista The Washington Examiner, identificada com a direita americana, até admite que ele tem “impulsos autoritários” ou está “longe de ser perfeito”, mas diz que seu opositor não pode receber “passe livre”. Argumenta que Haddad “foi indiciado por procuradores por levar propina de uma empreiteira em São Paulo”. Encerra dizendo que “a Economist está errada sobre Bolsonaro. Só ele oferece as reformas urgentes necessárias”.