Folha de S.Paulo

Vamos acabar com ‘coitadismo’, diz candidato

- Yala Sena

Ao mirar em eleitores do Nordeste na reta final da campanha, o candidato do PSL à Presidênci­a da República, Jair Bolsonaro, afirmou em entrevista à TV Cidade Verde, afiliada do SBT no Piauí, que irá acabar com a política do “coitadismo” a nordestino, gay, negro e mulher. Segundo ele, as políticas afirmativa­s reforçam o preconceit­o.

“Isso não pode continuar existindo. Tudo é coitadismo. Coitado do negro, coitado da mulher, coitado do gay, coitado do nordestino, coitado do piauiense. Vamos acabar com isso”, disse Bolsonaro.

Na entrevista, feita no sábado (20) e divulgada nesta terça (23) pela emissora, o candidato afirmou que não perseguirá os governador­es do PT e da oposição.

“Não podemos prejudicar o povo do Piauí [se referindo ao governador reeleito Wellington Dias, do PT], qualquer estado que seja, porque tem um governador que não se alinhe ideologica­mente conosco. Vamos tratar todos os estados de forma republican­a.”

Sobre o MST (Movimento dos Trabalhado­res Rurais Sem Terra), o candidato do PSL disse que vai tratá-lo como ação de terrorismo.

“Ações do MST serão tipificada­s como terrorismo. Esse pessoal não pode continuar levando terror ao campo.”

Bolsonaro voltou a falar sobre a polêmica sobre mensagens em massa pelo WhatsApp e criticou a Folha. “Primeiro, a matéria surgiu na Folha de S.Paulo, num jornal de sempre, num jornal que não tem qualquer compromiss­o com a verdade”, disse.

A reportagem em questão foi publicada pela Folha na quinta-feira (18) e mostra o pagamento a agências de mídia, por empresário­s simpáticos a Bolsonaro, para disparar mensagens antipetist­as a grandes bases de eleitores no WhatsApp. A legislação eleitoral proíbe a doação por empresas às campanhas, e os valores não foram declarados.

Bolsonaro diz que a reportagem é “plantada” e que foi usada de argumento para ações no Supremo Tribunal Federal para o PT e PDT. E negou envolvimen­to com o caso.

“Não tenho qualquer contato com empresário, nunca pedi pra ninguém fazer isso. Afinal de contas, nós dominamos as mídias sociais desde antes de começar a eleição. Não temos 7 milhões de seguidores de agora. No meu Facebook nunca impulsiona­mos nada, nunca pagamos dez centavos. É o desespero por parte deles.”

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