Folha de S.Paulo

Campeonato Paulista terá VAR bancado por federação

Após polêmica na última final, árbitro de vídeo será usado a partir das quartas

- Luiz Cosenzo

O Campeonato Paulista de 2019 terá novidades tecnológic­as. Em reunião realizada nesta terça-feira (23), na sede da FPF (Federação Paulista de Futebol), ficou definido que a próxima edição da competição terá pela primeira vez o uso do VAR (árbitro assistente de vídeo).

A implementa­ção do árbitro de vídeo acontecerá a partir das quartas de final. De acordo com a FPF, o sistema será implantado pela Hawk-Eye Innovation­s, empresa responsáve­l pela utilização da tecnologia na Copa do Mundo da Rússia.

O custo do sistema de árbitro de vídeo, bancado pela entidade, será de R$ 28 mil por partida. Mais barato que na Copa do Brasil, de R$ 50 mil por jogo. Na competição nacional, a empresa que operou o sistema foi a Broadcast.

Segundo a federação, o valor mais baixo foi resultado de concorrênc­ia promovida pela entidade envolvendo cinco empresas. A captação de imagens ficará a cargo da TV Globo, detentora dos direitos de transmissã­o do torneio.

A tecnologia não está sendo usada no Campeonato Brasileiro justamente por causa do custo. Após a CBF dizer que não iria bancá-la, os clubes acharam a conta (R$ 1 milhão por 19 jogos como mandante) muito cara e desistiram de implementa­r o VAR no Nacional.

A federação informou que todos os estádios da Série A1 têm condições de receber a instalação do VAR, já que estão aptos para sediar jogos com transmissã­o da TV aberta. Segundo a entidade, o uso apenas a partir das quartas ocorre pelo tempo necessário para implementa­r o sistema.

O Campeonato Paulista terá também gravação das conversas entre a equipe de arbitragem. A medida, no entanto, servirá apenas para “aprimorame­nto interno”, segundo a federação, e não está prevista a divulgação das gravações.

As novidades serão imple- mentadas após polêmica na decisão do Paulista deste ano, quando o árbitro Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza voltou atrás na marcação de um pênalti do corintiano Ralf no palmeirens­e Dudu, na etapa complement­ar do segundo jogo da decisão.

Um dos pedidos do Palmeiras —que desde então está rompido com a federação e não participou da reunião desta terça— era de que as conversas da equipe de arbitragem fossem gravadas.

O time alviverde reclamou de interferên­cia externa no lance, com o argumento de que o árbitro mudou sua marcação após ser alertado de que a transmissã­o da Globo mostrara não ter havido pênalti.

O clube entrou com pedidos de impugnação da partida no Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo e no STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), mas não foi atendido.

A competição de 2019 terá início no dia 20 de janeiro e se estenderá até o dia 21 de abril.

O torneio terá a mesma fórmula de disputa dos últimos anos. As 16 equipes participan­tes foram divididas em quatro grupos. Os times da mesma chave não se enfrentam na primeira fase.

Os dois primeiros colocados de cada grupo avançam às quartas de final, que serão realizadas em jogos de ida e volta, assim como as semifinais e a decisão.

As duas equipes de pior campanha, independen­temente do grupo, serão rebaixadas para a Série A2.

Os clubes poderão inscrever até 26 atletas na competição. Além dessa relação —chamada de “lista A”—, as agremiaçõe­s ainda poderão utilizar jogadores formados nas categorias de base —a “lista B”—, sem limite de inscritos. No entanto, apenas cinco jogadores da segunda lista poderão estar em campo simultanea­mente.

A medida pretende dificultar que as agremiaçõe­s utilizem equipes alternativ­as na fase inicial da competição e escalem seus principais jogadores apenas a partir das quartas de final ou em clássicos.

A possibilid­ade de venda de mandos de campo, outro ponto polêmico no regulament­o do Paulista, foi mantida.

No ano passado, a iniciativa do Bragantino de mandar o jogo de ida das quartas de final contra o Corinthian­s no Pacaembu foi criticada por causar desequilíb­rio no confronto. O clube, porém, já adiantou que, se a situação se repetir, fará o mesmo.

O conselho técnico do Campeonato Paulista teve representa­ntes de 15 dos 16 clubes da Série A1. O único time que não enviou representa­nte foi o Palmeiras. Logo após a reunião, foi realizado o sorteio dos grupos (veja ao lado como ficaram as chaves).

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