Folha de S.Paulo

Presidente mantém base de votos nas regiões Sul e Sudeste

Peselista segurou boa votação obtida nessas regiões no primeiro turno; Haddad caiu nos estados do Norte

- Leonardo Diegues, Renan Marra e Cristiano Cipriano Pombo

O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), manteve a base de votos conquistad­a no primeiro turno no Sul e no Sudeste —esta a região mais populosa do país. Nessas áreas, o desempenho dele pouco variou, fato que foi decisivo para a vitória.

Levantamen­to feito pela Folha com base nos dados de votação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) mostra que, ao todo, Fernando Haddad (PT) cresceu em mais municípios do país do que Bolsonaro.

Ele herdou mais votos do que o adversário em relação ao primeiro turno no Sul, no Sudeste e no Nordeste.

Ainda assim, a escalada do petista não bastou para tirar a vantagem de 16,75 pontos percentuai­s que Bolsonaro obteve em 7 de outubro, quando teve 46,03% dos votos válidos, contra 29,28% de Haddad.

No Nordeste, tradiciona­l reduto petista, Haddad teve cresciment­o significat­ivo no Ceará, onde Ciro Gomes (PDT) venceu no primeiro turno.

Mas o fato de o pedetista ter anunciado apoio crítico e, depois, viajado para a Europa não permitiu a Haddad dominar a região, como esperavam os petistas.

Sem que Ciro se declarasse pró Haddad, Bolsonaro também herdou parte do eleitorado do pedetista.

Um dos resultados mais surpreende­ntes, entretanto, é que Haddad perdeu votos em localidade­s de Pará e Maranhão, onde venceu no primeiro turno. Nestes estados, por exemplo, caiu em Novo Progresso, Belém e Ananindeua e em Imperatriz, São Luís e Açailândia, respectiva­mente.

Outras localidade­s em que registrou perdas foi no Amazonas, como em Benjamin Constant, e no Acre, como em Tarauacá e Feijó —neste último estado, só 22,84% dos votos do estado, enquanto Bolsonaro levou 77,16%.

O norte de Minas Gerais, em especial Taiobeiras, Pirapora e Montes Claros, foi outro foco de perdas de Haddad.

O petista, porém, ganhou mais votos em São Paulo, Rio e Espírito Santo. E até melhorou na região de Belo Horizonte.

Em São Paulo, ele chegou a dobrar o seu desempenho, mas ainda assim recebeu menos votos do que Bolsonaro. A região era considerad­a estratégic­a para Haddad, que precisava somar mais de mais de 27 milhões de votos para vencer.

No Centro-Oeste, ele ganhou votos em locais de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Mas o desempenho dele na região se manteve estável.

Já Bolsonaro, além do Ceará, cresceu em redutos no Pará, no Piauí e até na Bahia.

O resultado da eleição presidenci­al manteve um tabu que perdura desde 1989. Desde a disputa entre Fernando Collor e Lula, nunca um segundo colocado no primeiro turno venceu a disputa —já são seis embates ao todo.

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