Para ONGs, ambiente, educação e direitos humanos correm perigo
Entidades nacionais e internacionais manifestaram preocupação com a vitória de Jair Bolsonaro (PSL) com relação ao futuro dos direitos civis e do ambiente no país.
O diretor da divisão das Américas da Human Rights Watch, José Miguel Vivanco, afirmou que Bolsonaro representa uma “péssima notícia para a democracia e os direitos humanos no Brasil”. Mas ele diz ter esperança nas “fortes instituições brasileiras, especialmente o Judiciário”, para conter eventuais ações autoritárias.
“Com alguém nostálgico da ditadura militar na presidência, o risco de o Brasil retroceder é real”, diz. “Vejo um futuro muito sombrio.”
Para garantir que nenhum direito fundamental seja violado, Vivanco afirma que a organização vai redobrar a atenção no Brasil depois de 1º de janeiro, quando ele assumirá a presidência.
Em nota, o Observatório do Clima também manifestou preocupação com a política que o novo presidente deve adotar para o ambiente.
“Perseguiremos de forma incansável o cumprimento das metas do Brasil contra as mudanças climática. Por fim, resistiremos a qualquer investida contra os povos e comunidades tradicionais, protegidos pela Constituição, bem como a qualquer violência contra ativistas.”
A 360.org, que combate a mudança climática, se preocupa com a promessa de deixar o Acordo de Paris sobre o clima, apesar do recuo, e de rever demarcações de terras indígenas: “Bolsonaro representa uma ameaça aos direitos humanos e um risco para o progresso das ações climáticas no exterior”.
Para o climatologista de USP Paulo Artaxo, Bolsonaro “representa o atraso no cuidado ao meio ambiente”.
“Temo que haja uma ascensão de uma visão anticiência na sociedade, um atraso absolutamente inaceitável. Hoje o Brasil anda pra trás.”
A ex-presidente da SBPC (Soceidade Brasileira para o Progresso da Ciência) Helena Nader diz esperar que todo o discurso de ódio e de segregação da campanha fique para trás. “Que ele governe para o Brasil e não para quem o elegeu”, afirmou.
“Estou muito preocupada com as escolhas para os ministérios da Educação e da Ciência. Escola não é local de religião.”