Indicadores nesta eleição têm sinal ‘trocado’ e sinalizam melhora, dizem economistas
A trajetória recente de indicadores, como a do câmbio, a do CDS (seguro contra inadimplência) e a da Bolsa apontam para um possível destravamento de consumo e de investimentos, segundo analistas de mercado.
A evolução desses números durante as eleições deste ano não foi apenas diferente, mas o oposto daquela observada no pleito de 2014.
Na disputa de quatro anos atrás, os indicadores começaram estáveis e pioraram depois do primeiro turno. Já neste ano, melhoraram com a proximidade da votação.
A taxa de câmbio, o Ibovespa e o CDS terminam em níveis melhores que os do começo da campanha eleitoral, segundo levantamento da Tendências Consultoria.
“É um cenário positivo de saída da eleição. Sinaliza que as empresas poderão dar um prêmio de risco mais baixo, com tendência de juros menores para captar”, diz Silvio Campos Neto, responsável pela análise.
O fato da curva do dólar ser de queda também faz com que haja menos pressão inflacionária, segundo Michael Viriato, do Insper.
“Essa mudança de direção da taxa de câmbio é o principal efeito para as famílias porque afeta o preço de produtos que dependem de importação”, afirma o professor.
Há a expectativa ainda de uma retomada de aportes em capacidade produtiva, segundo Marcel Balassiano, professor da Fundação Getulio Vargas.
“Desde o começo de 2018 os investimentos foram fracos porque se esperava passar as eleições e uma diminuição das incertezas. Elas ainda existirão, mas serão de outra natureza”, afirma.