Somente dois candidatos a governador em 14 estados conseguiram virar disputa
Somente 2 dos 14 governadores eleitos no segundo turno venceram a eleição de virada, depois de terminarem o primeiro turno deste ano em desvantagem. Os dois são do PSL, mesmo partido do deputado Jair Bolsonaro, eleito presidente.
O coronel da PM Marcos Rocha venceu o governo de Rondônia com 66,34% dos votos válidos. No primeiro turno, ele teve 23,99%, ficando atrás de Expedito Junior (PSDB), mas conseguiu virar a disputa.
A vitória do policial veio após uma arrancada. Na semana da eleição do primeiro turno, o candidato saiu da quarta posição nas pesquisas, com apenas 8% das intenções de voto, e chegou ao segundo turno.
Do outro lado do país, a eleição em Santa Catarina também foi decidida de virada, ainda que mais apertada.
O coronel da reserva dos bombeiros Carlos Moisés da Silva, que adotou o nome de Comandante Moisés, conseguiu agora 53,36% dos votos válidos, depois de ficar atrás de Gelson Merísio (PSD) na disputa no primeiro turno, no começo do mês.
Os dois se juntam a outros 12 governadores eleitos que já se declararam aliados de Bolsonaro. Outros quatro governadores declararam-se neutros na eleição, e nove apoiaram Fernando Haddad (PT).
O baixo número de viradas destoa de eleições anteriores.
Até 2014, havia uma média de 31% dos resultados decididos a favor de quem começou a disputa perdendo. Neste ano, a taxa ficou em 14%.
Já houve resultados surpreendentes, como em Minas Gerais, em 1994, quando Eduardo Azeredo (PSDB) terminou o primeiro turno 21 pontos percentuais atrás do primeiro colocado, Hélio Costa (PP), mas conseguiu virar e terminar com 58,6% dos votos.
A eleição presidencial, por sua vez, nunca viu um movimento do tipo. Neste ano não foi diferente: Bolsonaro derrotou o petista Fernanda Haddad nas duas etapas do pleito.