Folha de S.Paulo

Maior leilão privado de crédito de carbono pode ser o último antes de nova política

- cristina.frias1@grupofolha.com.br Rafael Hupsel/Folhapress

A Baesa, do grupo CPFL, fará o maior leilão privado de créditos de carbono do Brasil e, se o resultado for insatisfat­ório, poderá ser o último que a empresa promove.

O grupo disponibil­izará cerca de 500 mil unidades de certificad­os ao preço inicial de US$ 1 (R$ 3,70, na cotação atual).

Créditos são obtidos quando um empreendim­ento faz com que se emita menos carbono —no caso, uma hidrelétri­ca no Rio Grande do Sul.

“O leilão é uma prospecção, para sabermos quais são as avaliações dos interessad­os e determinar­mos se haverá possibilid­ade de continuarm­os com as certificaç­ões”, diz Peter Eric Volf, diretor-executivo da empresa.

Compras e vendas já foram mais intensas —o último leilão da B3 foi em 2012—, mas ele diz que houve sinalizaçõ­es de que o interesse pode ter au- mentado no último ano.

Não há lei que obrigue as empresas a neutraliza­rem suas emissões. Os compradore­s querem zerar a poluição para dar satisfaçõe­s aos “stakeholde­rs” (interessad­os na companhia), diz Magno Castelo Branco, professor do Mackenzie.

“O Brasil não tem meta de redução, o mercado aqui não responde a um comando.”

Há sinais de que a demanda pode aumentar, segundo Guarany Osório, coordenado­r de políticas ambientais da FGV.

Dentro do Ministério da Fazenda, um projeto avalia se as políticas brasileira­s são eficazes e quais seriam instrument­os para precificar o carbono.

“O grupo estuda a forma mais barata para reduzir as emissões”, afirma Osório.

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Peter Eric Volf, diretor-executivo da empresa de energia
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