Maior leilão privado de crédito de carbono pode ser o último antes de nova política
A Baesa, do grupo CPFL, fará o maior leilão privado de créditos de carbono do Brasil e, se o resultado for insatisfatório, poderá ser o último que a empresa promove.
O grupo disponibilizará cerca de 500 mil unidades de certificados ao preço inicial de US$ 1 (R$ 3,70, na cotação atual).
Créditos são obtidos quando um empreendimento faz com que se emita menos carbono —no caso, uma hidrelétrica no Rio Grande do Sul.
“O leilão é uma prospecção, para sabermos quais são as avaliações dos interessados e determinarmos se haverá possibilidade de continuarmos com as certificações”, diz Peter Eric Volf, diretor-executivo da empresa.
Compras e vendas já foram mais intensas —o último leilão da B3 foi em 2012—, mas ele diz que houve sinalizações de que o interesse pode ter au- mentado no último ano.
Não há lei que obrigue as empresas a neutralizarem suas emissões. Os compradores querem zerar a poluição para dar satisfações aos “stakeholders” (interessados na companhia), diz Magno Castelo Branco, professor do Mackenzie.
“O Brasil não tem meta de redução, o mercado aqui não responde a um comando.”
Há sinais de que a demanda pode aumentar, segundo Guarany Osório, coordenador de políticas ambientais da FGV.
Dentro do Ministério da Fazenda, um projeto avalia se as políticas brasileiras são eficazes e quais seriam instrumentos para precificar o carbono.
“O grupo estuda a forma mais barata para reduzir as emissões”, afirma Osório.