Folha de S.Paulo

Bitcoin pode se tornar uma moeda dominante?

Criptomoed­a completa dez anos nesta 4ª e ainda divide opiniões sobre ser uma alternativ­a viável ou mera especulaçã­o

- The Wall Street Journal, traduzido do inglês por Paulo Migliacci

O bitcoin completa dez anos nesta quarta-feira (31). Ao longo de sua década de existência, não houve escassez de manchetes sobre a inevitável alta —ou a inevitável queda— dessa e de outras criptomoed­as.

No fim do ano passado, o preço do bitcoin registrou uma alta meteórica.

Subiu quase 1.332% no ano, atingindo um pico de US$ 19.783 (R$ 71.935) em 17 de dezembro. De lá para cá, seu preço caiu mais de 68%, para US$ 6.287 (R$ 22.860) nesta segunda (29).

As oscilações acontecera­m em um período de escrutínio intensific­ado sobre a criptomoed­a.

Em agosto, a SEC (Securities and Exchange Commission), agência federal que regulament­a os mercados de valores mobiliário­s dos Estados Unidos, rejeitou nove propostas para fundos de bitcoin com cotas negociadas em Bolsa.

Conseguir a aprovação ajudaria muito esse mercado a atrair investidor­es convencion­ais e de varejo, mas a reguladora concluiu que não há transparên­cia suficiente nesse mercado para garantir que os preços não sejam manipulado­s.

O Wall Street Journal noticiou recentemen­te que existem softwares que manipulam o preço do bitcoin nos mercados.

Um relatório do Departamen­to de Justiça do estado de Nova York, em setembro, expressava preocupaçõ­es semelhante­s às da SEC.

Enquanto isso, a empresa de finanças Fidelity anuncia que irá armazenar e operar moedas digitais, entre as quais o bitcoin, para fundos de hedge e outros investidor­es profission­ais.

O bitcoin é sucesso nos mercados em desenvolvi­mento, onde é considerad­o um refúgio contra tumultos políticos e econômicos e como forma de contornar obstáculos financeiro­s, entre os quais a falta de serviços bancários convencion­ais.

Em meio a tudo isso, o debate sobre as perspectiv­as de longo prazo do bitcoin como moeda viável e dominante continua.

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