Crescimento do e-commerce é próximo desafio
O comércio eletrônico no Brasil cresceu 98,3% entre 2011 e 2015. Em 2017, o crescimento foi de 12% em relação a 2016, e esse desempenho deve se repetir em 2018.
“A preocupação é como a cidade se prepara para esse crescimento”, diz Bianca Bianchi Alves, do Banco Mundial, engenheira especialista em transportes urbanos.
Como as mercadorias vendidas pela internet são itens de valor agregado mais alto, muitas vezes são entregues por carro ou motoboy.
“Temos cerca de 400 mil motoboys em São Paulo. Imagine se essa quantidade for duplicada durante o dia”, diz Hugo Yoshizaki, coordenador do CISLog, da USP.
Outro projeto em estudo em São Paulo pode ajudar a minimizar esse impacto. Envolve microcentros de distribuição, parcerias públicoprivadas que devem incluir ainda moradia e serviços.
Hoje as empresas entram com os caminhões até a área permitida e, de lá, redistribuem suas cargas para veículos menores, os chamados VUC (veículos urbanos de carga). “Os terminais também estão presentes no plano diretor de cargas. A ideia é trabalhar melhor essa redistribuição para reduzir custos”, diz o secretário de Transporte, João Octaviano Machado Neto.
Com a maior proximidade do centro, também é possível combinar o uso de veículos menores, como motos e bicicletas, para entregas em bairros vizinhos.
“Paris tem uma série de iniciativas como essa. Lá, a prefeitura incentiva a construção de minicentros em estacionamentos públicos, desde que sejam usados obrigatoriamente veículos verdes ou híbridos”, diz Yoshizaki, que é engenheiro de transportes.
Outra solução seria implantar um sistema de “lockers” (armários) em pontos como estações de metrô, onde usuários poderiam retirar suas encomendas.
É um método comum em favelas e locais de difícil acesso, onde vendinhas recebem de encomendas a correspondências”, diz Bianchi. “Não é uma solução nova, mas é sustentável”.