Ação espontânea nas redes estimula assinar o jornal
Os ataques do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) à Folha tiveram como um dos efeitos colaterais uma campanha espontânea incentivando a assinatura do jornal.
O servidor público estadual Delmir de Andrade, 32, está entre os que resolveram se tornarem assinantes. Para ele, o papel do jornal “em defesa da liberdade de expressão e dos valores democráticos nestas eleições foi digno de respeito e consideração. Não existe jornalismo de qualidade de graça. É preciso valorizar o trabalho realizado”.
Andrade afirma que havia deixado de pagar pela publicação “há um ou dois anos” por discordar da “linha editorial” que, na sua concepção, os cadernos Poder e Mercado vinham tomando, “com muita opinião e diminuindo o jornalismo analítico, investigativo”.
Mudou de ideia. “Nas eleições de 2018, a Folha defendeu abertamente valores democráticos e republicanos, sem tomar partido ou lado nas disputas eleitorais. Resolvi, assim, refazer minha assinatura.”
A empresária Marina Braga, 28, nunca foi assinante. Passará a ser agora, diz. “Para contestar a opressão do governo eleito. Acredito em liberdade de imprensa, apesar de achar que precisamos melhorar muito nesta área”, afirma.
“Mas atacar meios de comunicação por fazer críticas ao governo ou ao então candidato apenas prejudica a nossa democracia”, diz Marina.
“E o primeiro passo como cidadãos, para apoiar o jornalismo e a liberdade de imprensa, é assinando meios de comunicação para continuarem com seu trabalho de informar e investigar.”
Multiplicaram-se, nas redes sociais, relatos afins, como o de Henrique Costa no Twitter: “Eu assinei a Folha digital nesta semana, pela primeira vez. Cancelei a Netflix para assinar a Folha, tal a importância do momento”.