Folha de S.Paulo

Witzel pede desculpa à família de Marielle Franco por quebra de placa

Placa foi quebrada pelo deputado eleito Rodrigo Amorim (PSL), um dos aliados de Flávio Bolsonaro

- Italo Nogueira Fabiano Rocha - 29.out.10/Ag. O Globo Reprodução Gabriela Sá Pessoa

rio de janeiro O governador eleito do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), pediu desculpas à família da vereadora Marielle Franco (PSOL) pela quebra da placa em sua homenagem feita por deputados aliados num ato em que estava presente.

“Fiquei constrangi­do. Mas se quer que eu peça desculpa por um erro que não foi meu, eu peço. Desculpe Marielle, a sua vida, a sua família. Já conversei com sua mãe, encontrei com ela numa caminhada. A gente não tem menor restrição a isso”, disse ele, em entrevista à Globonews, após ser instado a pedir desculpas.

A placa foi quebrada pelo deputado eleito Rodrigo Amorim (PSL). Ele disse que a homenagem foi danificada sem intenção, mas retirada da Cinelândia porque fora colocada sem autorizaçã­o do município.

“Era um ato pró [Jair] Bolsonaro. De repente me aparece os dois com a placa rasgada. Nunca compactuei com atos de intolerânc­ia. Nunca falei nada sobre Marielle. Estava olhando para a plateia. Não ouvi nem vi o que eles fizeram”, disse ele.

“Qualquer ato que fizerem com intolerânc­ia, eu repudio”, afirmou, evitando classifica­r o ato.

Amorim é um dos principais aliados do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL) no Rio de Janeiro, além de ter percorrido todo o estado com Witzel na reta final da campanha no primeiro turno.

Witzel não descartou o nome de Amorim para ser líder de governo na Assembleia Legislativ­a. Mas afirmou que tentará optar por um nome do próprio PSC.

Ele reafirmou outra promessa de campanha de que orientará policiais a matar qualquer pessoa que portar um fuzil. Ele disse que snipers serão treinados para evitar erros anteriores, em que agentes confundira­m guarda-chuva e furadeira com o armamento, matando inocentes.

O ex-juiz se encontrou pela primeira vez com o governador Luiz Fernando Pezão (MDB) nesta terça-feira (30). Ele escolheu o empresário José Luis Cardoso Zamith para coordenar a transição do governo. A equipe do novo governador ocupará um andar no próprio Palácio Guanabara.

O governador eleito também reviu uma de suas propostas para a renegociaç­ão do acordo de recuperaçã­o fiscal do estado. Na campanha, ele afirmou que seria necessário alongar o pagamento da dívida com a União por cem anos, prazo considerad­o irreal por especialis­tas.

Ele disse que, após a reunião com Pezão, se sentiu “aliviado” por encontrar as metas de cumpriment­o do acordo adiantadas.

“Temos que cumprir essas medidas e o governador está cumprindo as medidas”, disse ele.

“Fiquei constrangi­do. Mas se quer que eu peça desculpa por um erro que não foi meu, eu peço. Desculpe, Marielle, a sua vida, a sua família. Já conversei com sua mãe, encontrei com ela numa caminhada. A gente não tem menor restrição a isso

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O governador eleito Wilson Witzel concede entrevista sob protesto
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Witzel (dir.) durante ato em Petrópolis em que placa em homenagem a Marielle Franco foi quebrada

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