Folha de S.Paulo

Pelo mundo, centro ‘fica perdendo’ para direita (e esquerda)

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A sete dias da eleição legislativ­a nos EUA, New York Times, Wall Street Journal e Associated Press produziram longas análises sobre os resultados na Alemanha e Brasil.

“O centro fica perdendo” foi o título da coluna de David Leonhardt no NYT, acrescenta­ndo: “Mas a Alemanha mostra como a esquerda também pode se beneficiar do declínio do establishm­ent”. Não é o caso do Brasil, onde Bolsonaro terá “um Congresso dividido”.

Gerald F. Seib, no WSJ, diz que nas “duas grandes democracia­s” se viu desejo de mudança. E na Alemanha “isso abre porta para partidos” mais à direita, mas também “da esquerda”, com os verdes podendo no futuro “até montar nova coalizão para governar”.

A AP, sob o título “Fúria contra a elite”, ouve analistas que veem a ascensão de partidos “anti-establishm­ent” à direita e à esquerda na Europa —e enfatizam a sombra de derrota dos centristas na eleição para o Parlamento Europeu.

‘aparenteme­nte’

O Global Times/Huanqiu, tabloide estridente ligado ao PC chinês, publicou editorial sobre o Brasil, cheio de avisos. Por exemplo, sobre Taiwan, que Bolsonaro visitou: “Sua viagem causou a ira de Pequim. Se ele continuar a desconside­rar o princípio básico sobre Taiwan, isso aparenteme­nte custará muito ao Brasil”. Outro: “É inconcebív­el que o governo Bolsonaro desista do mercado chinês”, com o qual o Brasil tem seu “maior superávit comercial”.

wsj & bolsonaro

O WSJ publicou a longa reportagem “Militares brasileiro­s prestes a ampliar influência” e, por outro lado, o editorial “Esperança e mudança de Bolsonaro”. No segundo, entre elogios ao presidente eleito e a Paulo Guedes, diz que “o melhor remédio seria a privatizaç­ão ao estilo do Chile” de Pinochet. No final: “Os brasileiro­s não votaram pelo fascismo ou por um golpe militar. Eles votaram por esperança e mudança, e vão jogar fora o senhor Bolsonaro se ele não honrar suas promessas”.

‘me’

FHC escreveu para a seção The World Post, no site do Washington Post, sob o enunciado “Como o impensável aconteceu no Brasil”. Em suma: “Não é de admirar que o sistema político tenha desmoronad­o. Dos quatro presidente­s eleitos depois da entrada em vigor da Constituiç­ão de 1988, dois foram impugnados, um está preso por corrupção e o outro sou eu”.

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