Folha de S.Paulo

Consulta sobre regras de governança acende alerta em operadoras de saúde

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Uma consulta pública da ANS (Agência Nacional de Saúde) que pode resultar na obrigatori­edade de mecanismos de governança corporativ­a e compliance tem gerado receio entre planos de saúde.

A proposta em si é considerad­a positiva pelo setor, mas alguns pontos, como novas normas de auditoria, são vistos com cautela.

Uma das maiores preocupaçõ­es é uma mudança na exigência mínima de capital das empresas, segundo José Guilherme Berman, sócio do escritório de advocacia BMA.

“A regra hoje é calculada de acordo com o tamanho da operadora, sem considerar pontos específico­s. A ANS quer olhar para como cada plano faz sua gestão de risco.”

A maior parte do texto formaliza práticas já recomendad­as, afirma Felipe Bastos, sócio do Veirano.

A previsão é que a proposta afete mais de mil empresas, segundo Wagner Giovanini, da consultori­a Compliance Total.

A Abramge (associação do setor) diz que a adoção de compliance é fundamenta­l, mas solicita que “haja tempo e prazos adequados para que a operadora evolua gradativam­ente”.

A minuta da consulta pública prevê obrigatori­edade a partir de 2023. A versão final está em fase de elaboração, sem previsão de publicação, segundo a ANS.

A FenaSaúde (das grandes companhias) afirma, em nota, que a governança baseada em riscos é fundamenta­l, mas que “é preciso que o regulador considere as diferentes modalidade­s e portes no setor”. na sua remuneraçã­o”, diz Jorge Pilo, gerente-geral da Cabify.

“Os preços praticados são artificiai­s, a conta não fecha. Nós buscamos diferencia­ção no serviço, não em custo. Perdemos alguns usuários casuais, mas, no geral, nossa base está estável”, afirma.

“Com preços muito baixos, um público que estava no transporte público tem sido atraído. Não competirem­os nesse nicho”, diz Bruno Mantecón, diretor-executivo da Easy.

Procurada, a 99 não respondeu até o fechamento desta edição.

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