Vitória épica que deu título e status de herói a Senna faz 30 anos
Piloto brasileiro obteve 15 ultrapassagens para vencer o GP do Japão e conquistar a F-1 pela primeira vez, em 1988
Há três décadas, em 30 de outubro de 1988, AyrtonSen na cruzava alinha de chegada do GP do Japão, em Suzuka, com o punho direito erguido, para conquistar seu primeiro título de F-1.
A vitória marcou a consagração do piloto brasileiro em uma primeira temporada brilhante coma M cL arene decidida palmo apalmo com o francês e companheiro de equipe Alain Prost, dando a largada a uma rivalidade que entrou para a história.
Antes de Suzuka, a McLaren só não havia vencido em Monza. Senna chegou à Ásia com sete vitórias no ano, e Prost, com seis. No treino classificatório, o brasileiro garantiu sua 12ª pole em 1988, recorde até então em uma mesma temporada. Prost, bicampeão da F-1 àquela altura, ficou a apenas três décimos do colega.
Aprova, porém, quase virou pesadelo logo no início. Mas aforma como Senna reagiu dentro da pista para garantir o triunfo, e consequentemente, o título, contribuiu para a construção da aura que se formou ao redor de sua figura.
Assim que as luzes verdes se acenderam, a McLaren de Senna não saiu do lugar.
O piloto levantou os braços esperando que ninguém o tocasse. O carro saiu intacto e pegou no tranco. O problema, porém, resultou em grande atraso para Senna, que perdeu 16 posições. Prost assumiu a ponta, o que lhe renderia o título da temporada.
A reação do brasileiro aconteceu já na primeira volta. Senna cruzou a linha em oitavo. Na décima volta, ultrapassou a Ferrari de Gerhard Berger e assumiu o terceiro lugar.
Entre Senna e Prost estava o carro de Ivan Capelli, da March. Ele surpreendeu Prost e, na 16ª volta, assumiu a liderança em Suzuka. O feito durou alguns metros. O March não resistiu ao motor Honda da McLaren, e o francês retomou a ponta. Capelli deixaria a corrida na 19ª volta.
Sem o italiano pela frente, Senna passou a ser a imagem no retrovisor de Prost. Na 28ª volta, houve o ataque antes da reta dos boxes. O francês espremeu o brasileiro no muro, mas tarde demais para conter o bote dele, que fez sua 15ª ultrapassagem naquele dia.
Ayrton Senna manteve o ritmo forte até a 51ª e última volta do GP do Japão. A perseguição de Prost não foi suficiente, terminando 13 segundos atrás do companheiro.
“É a confirmação de um talento. Da garra, da vontade, da determinação de um piloto. Ayrton Senna ergue o punho, vibra, é a vitória! Ayrton Senna, do Brasil!”, narrou dessa forma Galvão Bueno, na transmissão da Rede Globo.
O triunfo solidificou a visão de que a F-1 observava, já havia algum tempo, um piloto altamente qualificado e pronto para alcançar o topo.
“Na última volta da corrida [...] eu senti a presença d’Ele, visualizei, eu vi, foi uma coisa especial na minha vida, uma sensação enorme”, disse Senna sobre a força que o moveu, além do motor Honda da McLaren, naquele 30 de outubro de 1988.