Folha de S.Paulo

Produção de veículos afeta indústria, diz IBGE

- Reuters

SÃO PAULO A produção industrial do Brasil terminou o terceiro trimestre com queda acima do esperado, depois de a fabricação de automóveis pressionar com força o setor em setembro.

Naquele mês, a produção da indústria registrou perdas de 1,8% em relação a agosto, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a) nesta quinta-feira (1º).

Essa foi a terceira queda seguida, período em que a produção acumulou redução de 2,7%. O dado veio bem pior do que a expectativ­a em pesquisa da Reuters, de recuo de 0,8%.

Na comparação com setembro de 2017, houve queda de 2,0%, ante projeção na pesquisa de recuo de 0,4%.

O resultado mensal da produção industrial apresentou perdas de forma generaliza­da entre as categorias econômicas, tendo como destaque o recuo de 5,5% na fabricação de bens de consumo duráveis.

Esse resultado foi influencia­do, em grande parte, pela queda de 5,1% na produção de automóveis, veículos automotore­s, reboques e carroceria­s.

“A redução nas exportaçõe­s de veículos, especialme­nte para a Argentina por causa da crise econômica naquele país, combinada a um ambiente de incerteza política e econômica, que freia o investimen­to do empresário e as decisões do consumidor brasileiro, contribuír­am para a queda na produção”, afirmou o gerente da pesquisa, André Macedo, em nota.

A produção brasileira de veículos caiu 23,5% em setembro, puxada pela crise argentina, que afetou as exportaçõe­s ao país, informou a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricante­s de Veículos Automotore­s) no começo de outubro.

De acordo com o IBGE, foi verificado um grande número de fábricas de automóveis com paralisaçõ­es ou férias coletivas no mês de setembro.

Entre as outras categorias econômicas, os bens de capital, uma medida de investimen­to, apresentar­am retração de 1,3%, enquanto os bens intermediá­rios tiveram queda de 1%.

A eleição presidenci­al, marcada por fortes incertezas e associada ao ritmo fraco da atividade, vinha afetando o consumo e o ímpeto de investimen­tos no país.

Os sinais ainda indicam fraqueza à frente, uma vez que em outubro a confiança da indústria recuou pela terceira vez seguida diante da piora no cenário de negócios.

Na mais recente pesquisa Focus realizada pelo Banco Central com economista­s, a projeção é de uma expansão da indústria em 2018 de 2,71%, com uma expectativ­a de cresciment­o do PIB de 1,36%.

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