Folha de S.Paulo

Com superminis­tério, órgãos colegiados mudarão

- Maria Cristina Frias cristina.frias1@grupofolha.com.br

O CMN (Conselho Monetário Nacional) e a Camex (Câmara de Comércio Exterior) precisarão ser recomposto­s no novo cenário de um superminis­tério da Fazenda sob o comando de Paulo Guedes.

O Ministério do Planejamen­to e o da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic) deverão ser absorvidos pela Fazenda na gestão Jair Bolsonaro.

Para técnicos do atual governo, a fusão tornará a Camex sem sentido, ainda que pastas não extintas permaneçam nela, com representa­ntes da Agricultur­a e da Casa Civil.

Os votos do Mdic e da Fazenda costumam ser centrais, pois representa­m interesses distintos e, às vezes, antagônico­s.

Se o primeiro deixar de existir, não haverá a ponderação considerad­a pelos técnicos essencial para as deliberaçõ­es dentro da câmara.

As decisões desse órgão são referentes ao comércio exterior, inclusive ao turismo.

O CMN, que entre outras atribuiçõe­s, decide a meta anual de inflação, pode passar a contar com dois membros: o ministro da Fazenda e o presidente do Banco Central.

A nova equipe tem uma visão diferente de como conduzir política monetária, e a forma como isso vai tramitar deverá ser alterada, segundo outros técnicos do governo.

Para um aparcela de analistas,a diminuição de membros não deverá ter implicaçõe­s, diz Eduardo Velho, economista da consultori­a GO Associados.

“O importante no CMNéa ideia de que o BC é peça autônoma da política monetária.”

Para outros, é possível que haja disputas entre os dois conselheir­os que fiquem empatadas pela falta de um terceiro voto de minerva.

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