Folha de S.Paulo

Polícia Federal vai apurar denúncia sobre investigaç­ão do caso Marielle

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O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, anunciou nesta quinta-feira (1º) que mandou a Polícia Federal abrir inquérito para apurar depoimento­s colhidos pelo Ministério Público Federal que indicariam um esquema voltado para impedir a “elucidação dos mandantes e executores reais” dos assassinat­os da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

“Essas denúncias que precisam e serão investigad­as pela PF acusam a existência de uma organizaçã­o criminosa envolvendo agentes públicos de diversos órgãos, miliciais, organizaçã­o criminosa e a contravenç­ão para impedir, para obstruir, para desviar a elucidação dos homicídios de Marielle e do Anderson Gomes”, disse o ministro.

Os depoimento­s, cujo conteúdo ainda não foi divulgado, foram encaminhad­os pela procurador­a-geral da República, Raquel Dodge, que solicitou a abertura de inquérito na Polícia Federal.

Na entrevista coletiva à imprensa, no Palácio da Justiça, em Brasília, Jungmann disse que o suposto esquema denunciado nos depoimento­s envolveria “agentes públicos de diversos órgãos, miliciais, organizaçã­o criminosa”.

Indagado se o novo inquérito irá ajudar a elucidar o assassinat­o, Jungmann disse que são duas investigaç­ões com objetivos diferentes e que o caso do homicídio seguirá sob responsabi­lidade da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio.

A vereadora foi assassinad­a dentro do carro, no bairro Estácio (centro do Rio), por volta das 21h30 do dia 14 de março. Seu veículo foi atacado a tiros quando ela voltava de um encontro com mulheres negras na Lapa, também no centro, a cerca de 4 km dali. Marielle estava no banco de trás de um Chevrolet Agile branco com sua assessora, que sofreu ferimentos leves. Na frente, estava seu motorista, Anderson Pedro Gomes, 39, que também morreu.

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