Folha de S.Paulo

PAINEL DO LEITOR Bolsonaro e a imprensa

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Ministro Moro

Sergio Moro como ministro da Justiça sinaliza que finalmente um governo quer combater de fato o crime organizado e a evasão de divisas. Moro, além de ser um símbolo anticorrup­ção, é preparado e tem compromiss­os republican­os. Com o apoio de Bolsonaro, ele pode fazer um bom trabalho, uma vez que o Ministério da Justiça, a Polícia Federal, o Coaf e a secretaria de combate à corrupção ficarão sob seu controle. Sergio Moro é uma escolha certeira de Bolsonaro.

Luiz Tadeu Nunes e Silva (São Luís, MA)

A pressa com que Sergio Moro aceitou o convite de Bolsonaro apenas exacerbou sua vaidade e arrogância e evidenciou sua índole de direita. A Folha elogiou seu histórico na Lava Jato para não desconstru­ir a lenda do “profission­al sóbrio que aplicou a lei com rigor” (“A guinada do juiz”, Opinião, 1º/11). Mostrar o que de fato é Moro fatalmente desnudaria a cumplicida­de da mídia com seus abusos, transgress­ões e outros segredos obscuros.

José Zimmermann Filho

(São Paulo, SP)

Sergio Moro ocupará o Ministério da Justiça e temos a certeza de que, pelo seu caráter e convicção, não se deixará seduzir pelo poder. Respeitará o pensamento dos milhões de brasileiro­s que o têm como homem sério e comprometi­do no combate aos desmandos da nação. Orson Mureb Jacob (Assis, SP)

Qualquer juiz da terra, digno do cargo, jamais aceitaria fazer parte do governo de um dirigente que, no plenário da Câmara, disse que não estupraria uma colega de trabalho por ela ser feia demais. Esta concessão ao inaceitáve­l apagará para sempre toda a carreira pregressa do juiz Moro, que cairá numa vala comum e será péssimo exemplo para toda a sociedade e o país. Antonio Camargo (São Paulo, SP)

A presença de Moro no futuro governo em nada afeta a credibilid­ade da Lava Jato. Quando Moro julgou os casos sob sua responsabi­lidade, ninguém sonhava que Bolsonaro viesse a ser presidente. Muito menos que convidaria Moro para compor o seu ministério. Moro, como ministro de Bolsonaro, não é, nem de longe, o mesmo que Toffoli julgando Dirceu, algo que o atual presidente do STF julgou não ter problema algum. Jorge Nurkin (São Paulo, SP)

O vice-presidente eleito disse que Sergio Moro foi convidado durante a campanha por Paulo Guedes para participar do futuro governo de Bolsonaro (“Em encontro, Bolsonaro vai oferecer superpasta da Justiça a Sergio Moro”, Poder, 1º/11). A campanha começou nas ruas em 16 de agosto. Após 45 dias, Moro levantou o sigilo da delação de Palocci, que potencialm­ente prejudicou o adversário petista. Quando houve esse contato entre o juiz da Lava Jato e Paulo Guedes?

(São Paulo, SP) André Sposito Mendes

Sergio Moro como ministro da Justiça é uma decisão acertada do presidente Bolsonaro. Não podemos perder a esperança. Surge uma luz no fim do túnel.

Devanir Amâncio (São Paulo, SP)

Ao aceitar o convite de Bolsonaro para ser ministro, Moro se verá obrigado a abandonar o juízo. Paulo A. Nussenzvei­g (São Paulo, SP) Quem realmente tem condições de tratar sobre a continuida­de do jornal são os seus milhares de leitores. Mais do que nunca é imprescind­ível a existência de jornais como a Folha para a manutenção e a consolidaç­ão da democracia. Reginaldo da Silva Vieira (Jandira, SP)

Como leitor assíduo e assinante da Folha, estou certo de que foi exagerado dizer que, “por si só, esse jornal se acabou” (“Fala de Bolsonaro sobre a Folha é alvo de repúdio de entidades”, Poder, 31/10). Todavia, era evidente o viés antibolson­arista assumido pela Folha no período que antecedeu o segundo turno, dando-lhe um caráter um pouco panfletári­o. Acredito na imprensa livre e também na liberdade de as pessoas dizerem o que pensam, desde que seja a verdade.

(São Paulo, SP) José Pedro Domezi

Já sou assinante da Folha digital, mas vou assinar também a versão impressa. O jornal sempre será a voz da verdade. Sandra Camargo (Andradina, SP)

A Folha transforma-se cada vez mais num jornal petista e panfletári­o, tal como os boletins dos diretórios acadêmicos das universida­des federais, onde impera o anacrônico e obtuso fundamenta­lismo esquerdist­a. Túllio Marco Soares Carvalho (Belo Horizonte, MG)

Policiais em universida­des

Somente ideias podem invadir universida­des e escolas. Unânime, a decisão do STF é um marco da resistênci­a democrátic­a e constituci­onalista pela condenação às incursões violentas de milícias da extrema direita nas salas de aula e campi universitá­rios (“Ações em universida­des feriram a liberdade de manifestaç­ão, diz STF”, Cotidiano, 1º/11). Espera-se uma urgente e exemplar punição aos criminosos. Caio Magri, sociólogo (São Paulo, SP)

O que vai acontecer com os juízes que autorizara­m as ações nas universida­des.

Serão punidos pela interpreta­ção inadequada da lei? Arnaldo Vieira da Silva (Aracaju, SE)

Reivindica­ção

É revelador que o presidente eleito carregue como marca da sua biografia a insubordin­ação às condições ruins de trabalho e de baixos salários (“Cadete: ides comandar, aprendei a obedecer”, Tendências / Debates, 1º/11) —um traço inusitadam­ente comum às entidades que lutam pelos trabalhado­res, pela parcela mais pobre da população. A abordagem é um convite para ele rever declaraçõe­s pesadament­e dirigidas à imprensa e à luta coletiva de combate às mazelas. Luiz Arraes, presidente da Federação Estadual dos Frentistas (São Paulo, SP)

Ministério­s

É público e notório que os interesses ligados ao agronegóci­o não são os mesmos dos ligados às questões ambientais. O problema não deveria ser a unificação de ambas as pautas em um ministério, mas a pessoa que irá assumi-lo. Thiago Andrade (Recife/PE)

Sistema tributário

Como é gostoso ler um artigo de uma pessoa que entende do assunto. “O funeral do modelo tributário” (Tendências / Debates, 31/10) falou da “casa das loucas” que é o sistema tributário brasileiro. Parabéns ao sr. Guilherme Afif Domingos. Edegar de Souza Moraes, contador (São Carlos, SP)

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