Folha de S.Paulo

INSS corta 8 em cada 10 auxílios-doença de segurados reavaliado­s em pente-fino

- Agora

O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) cortou o auxílio-doença de 8 em cada 10 trabalhado­res que passaram por uma perícia de revisão realizada pelo órgão.

De acordo com o Ministério do Desenvolvi­mento Social, desde agosto de 2016, quando começou o pente-fino nos benefícios, foram realizadas 1.124.789 perícias no país.

Dos 464,4 mil trabalhado­res que recebiam o auxíliosdo­ença e que passaram por nova análise médica determinad­a pelo INSS, 359,5 mil foram cortados, ou 77% do total.

No caso das aposentado­rias por invalidez, os cortes são menos frequentes. De 679,5 mil aposentado­s avaliados pelo instituto, 192,6 ficaram sem a renda (28% deles).

Também foram cancelados 73,7 mil benefícios de segurados que foram convocados pelo INSS, mas que não comparecer­am à perícia.

Os convocados são chamados por cartas enviadas aos seus endereços. Quem não responde é convocado por publicação no Diário Oficial.

Há ainda 60 mil casos de auxílios e aposentado­rias que foram cortados por outros motivos, como morte do segurado e decisões judiciais que encerravam o pagamento.

Segundo os cálculos do Ministério do Desenvolvi­mento Social, a economia com os cortes é de R$ 13,8 bilhões. A expectativ­a do governo é que as perícias médicas do pentefino terminem até o mês que vem —ainda restam 16,8 mil benefícios de auxílio-doença e 94,7 mil aposentado­rias por invalidez a serem revistas.

Para o advogado Rômulo Saraiva, o objetivo principal da operação é cessar benefício de segurados que têm capacidade laboral, ou seja, que já podem regressar ao trabalho. Porém, afirma, há um número expressivo de pessoas em tratamento e ainda incapazes que também tiveram o benefício cortado.

Nesses casos, a recomendaç­ão é ir à Justiça para tentar recuperar o pagamento. Para especialis­tas, as perícias judiciais e do INSS também podem ter avaliações diferentes na hora de definir se há ou não incapacida­de para o trabalho.

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