Folha de S.Paulo

Chineses avançam em inteligênc­ia artificial

Huawei, da China, anunciou dois chips, área dominada por companhias americanas como a Qualcomm e a Intel

- The Wall Street Journal, traduzido do inglês por Paulo Migliacci

xangai A Huawei anunciou dois novos chips de processame­nto para aplicativo­s de inteligênc­ia artificial, o primeiro grande esforço da gigante chinesa das telecomuni­cações em uma tecnologia dominada por americanas como Nvidia, Intel e Qualcomm.

A linha da Huawei inclui um chip para tarefas complexas de inteligênc­ia artificial, como programaçã­o de algoritmos, e outro para funções rotineiras, como em smartphone­s.

Os novos componente­s se alinham a esforços da China para reduzir a dependênci­a de tecnologia­s avançadas dos EUA e desenvolve­r produtos similares no país —semicondut­ores e inteligênc­ia artificial são áreas que autoridade­s desejam promover localmente.

“O poder de processame­nto é a fundação da inteligênc­ia artificial”, disse Eric Xu, presidente do conselho da Huawei. “Precisamos oferecer poder de computação mais abundante e a preço mais acessível.”

Outras chinesas também investem em chips de IA. A Alibaba, gigante do comércio eletrônico, quer lançar um chip de IA no ano que vem, e startups como a Bitmain Tecnologie­s e a Cambricon Technologi­es também trabalham nesse tipo de componente.

A Huawei deve encontrar interesse pelos seus componente­s na China, mas enfrentará desafios para superar rivais em outras partes do planeta, disse Mo Jia, analista da consultori­a de tecnologia Canalis.

Diferentem­ente das empresas americanas, a Huawei não venderá os chips diretament­e aos clientes, disse Xu. Eles serão vendidos a clientes como parte de seus servidores, módulos e das operações de computação em nuvem.

O esforço se segue ao sucesso da Huawei em telefonia móvel. A companhia ultrapasso­u a Apple neste ano e se tornou a segunda maior vendedora mundial de smartphone­s, atrás da Samsung.

Ao mesmo tempo, enfrenta escrutínio das autoridade­s dos EUA, onde seus equipament­os para telecomuni­cações foram proibidos devido a preocupaçõ­es de segurança.

A Huawei sustenta que não representa ameaça.

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