Em cima da hora
Candidato que estudou pouco deve resolver exames de anos anteriores e revisar conteúdos que mais caem
são paulo O candidato que estudou pouco e se sente despreparado para o vestibular da Fuvest, que seleciona estudantes para a USP (Universidade de São Paulo), não precisa estudar dia e noite nas próximas três semanas —a primeira fase será no dia 25. Dedicar-se exaustivamente aos estudos e deixar de lado as atividades físicas e os encontros com amigos pode causar estresse, baixando a capacidade de concentração. “Chega um momento em que o cérebro perde a eficiência e passa a não reter mais as informações. Isso muda de pessoa para pessoa, mas tem um limite”, afirma o professor de psicologia da PUC-SP Hélio Deliberador. O recomendado é que o vestibulando estude no máximo 12 horas por dia, com intervalos de 30 minutos a cada 4 horas. Mais do que isso, a chance de não memorizar o conteúdo é grande, diz Deliberador. Para otimizar o tempo, o candidato deve fazer um levantamento dos temas que mais domina e também dos pontos fracos. Depois, confrontar essas listas com os tópicos que, estatisticamente, mais caem no vestibular. O foco dos estudos, então, deve ser os assuntos que têm grande chance de aparecer na prova, mas que o vestibulando tem dificuldade de resolver, segundo o coordenador do Anglo Madson Molina. “Se você olhar as provas passadas, curva de solubilidade, em química, por exemplo, não tem tanta incidência na Fuvest. Então se concentrar em outro problema pode ser mais interessante”, afirma Molina. Ele diz que vale a pena assistir a vídeos no YouTube sobre as obras de leitura obrigatória, conteúdo que certamente será cobrado na prova. De acordo com o coordenador em São Paulo do Poliedro, Marcio Castelan, resolver as provas dos últimos anos é importante para aumentar a resistência. O treino, diz, deve imitar as regras do teste. “De preferência, o estudante deve sentar na mesma hora do vestibular, às 13h, e resolver os 90 testes em 5 horas, de forma ininterrupta”, diz. Com essa prática, de acordo com Castelan, o aluno desenvolve a capacidade de identificar as questões fáceis e não desperdiçará energia com as complexas. Estas, ele pode responder no chute caso o tempo seja insuficiente. Nas últimas edições, as respostas certas apareceram de forma equilibrada entre as cinco alternativas, segundo Castelan. Assim, cada letra, de “A” a “E”, foi a alternativa correta em média 18 vezes. Esse equilíbrio tem aparecido também dentro das disciplinas, cujas questões são sequenciais na Fuvest. Com isso, identificar a qual disciplina pertence a questão pode ajudar o vestibulando a chutar certo. Nesse raciocínio, se física, por exemplo, tiver 10 perguntas, 2 alternativas de cada letra seriam as corretas. Se o candidato não tiver nenhuma ideia sobre qual é a resposta certa, marcar a mesma alternativa pode garantir ao menos dois pontos na disciplina. Em um processo seletivo no qual cada questão correta conta, a estratégia pode fazer a diferença. O professor, entretanto, faz a ressalva de que não há qualquer indicativo de que esse padrão irá se repetir na edição deste ano. Outra estratégia para eliminar alternativas na prova de múltipla escolha é desconfiar de palavras como “obrigatoriamente”, “sempre”, “somente”, “nunca”, e “jamais”, que são quantificadores universais e não consideram exceções, segundo Marcelo Dias Carvalho, coordenador do Etapa.