Retrato oficial de Kim Jong-un é exibido pela primeira vez
A Coreia do Norte exibiu em público um enorme retrato oficial do ditador Kim Jongun pela primeira vez. Para analistas, trata-se de um movimento que pode elevar o culto à personalidade do mandatário e marcar uma nova fase de seu governo.
O quadro foi visto durante a recepção ao líder da ditadura de Cuba, Miguel Díaz-Canel, no domingo (4). Kim foi retratado de óculos, com um sorriso aberto e terno e gravata de estilo ocidental. O traje é similar ao usado nas imagens oficiais de seu avô, o ex-ditador Kim Il-sung (1912-1994).
Retratos idealizados do avô e do pai de Kim são onipresentes no país. Eles estão nas paredes de todas as casas, escritórios e salas de aula. Há também estátuas deles nas ruas.
Embora tenha forte presença na mídia estatal, o atual líder não é retratado com a onipresença de seus antecessores. Isso pode ter começado a mudar, dizem analistas.
“É a primeira vez que um retrato como esse é exibido em um espaço público”, disse Cho Han-bum, analista do Instituto para a Unificação Nacional, sediado na Coreia do Sul.
Para Cho, a exibição indica que o ditador parece entrar em uma “segunda fase” de sua liderança, a qual se concentraria em fortalecer sua autoridade política e seu carisma. “Essa etapa focará em solidificar o culto à personalidade de Kim”, analisa.
“Retratos, slogans e pôsteres estão no cerne da mensagem de um país socialista”, explica Yang Moo-jin, professor da Universidade de Estudos Norte-Coreanos, em Seul.
Kim tomou posse em 2011. Considerado inexperiente na época, ele estabeleceu sua autoridade ao perseguir potenciais rivais de forma feroz e, em junho deste ano, ele participou de um encontro histórico com o presidente dos EUA, Donald Trump.