Folha de S.Paulo

Comércio bilateral com Argentina não deve perder força, segundo dirigentes

- Maria Cristina Frias cristina.frias1@grupofolha.com.br

Representa­ntes das indústria e da agricultur­a argentina dizem que o Brasil não pode prescindir do país vizinho e que não esperam dificuldad­es no comércio bilateral — mesmo se o Mercosul não for uma prioridade do governo.

Paulo Guedes, que deverá ser o ministro da economia, já declarou que o bloco econômico é restritivo.

As relações comerciais não deverão ser afetadas, diz Dante Sica, ministro da Produção da Argentina. “A integração entre os dois países já é muito forte.”

Agora, segundo ele, é o momento de aguardar a confirmaçã­o dos nomes do governo brasileiro. A pasta que ele comanda é equivalent­e ao Mdic (ministério da Indústria) do Brasil, que pode ser extinto.

“Isso não deve trazer maiores preocupaçõ­es, teremos reuniões bilaterais com as pessoas indicadas”, afirma Sica.

Mais do que o total das exportaçõe­s brasileira­s para lá, é importante a natureza dos produtos que eles compram, segundo Diego Coatz, diretor-executivo da UIA (União Industrial Argentina).

A Argentina é a terceira maior importador­a de bens brasileiro­s, mas os dois primeiros, EUA e China, compram itens primários, como soja e minério de ferro, e o país vizinho adquire veículos, diz Coatz.

Parte da pauta dos produtos que importamos é de alimentos que o Brasil não produz, afirma Pablo Gabarró, gerente geral da Molinos Los Grobo, empresa de alimentos com atuação em farinhas.

“O Brasil não é autossufic­iente e depende do trigo argentino. Há mais chances de a Argentina colocar empecilhos para exportar.”

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