Folha de S.Paulo

Ou todo o mundo tem ou ninguém tem, diz presidente eleito

- Talita Fernandes

A medida de reajustar o salário dos ministros do Supremo não teve o apoio de Bolsonaro. Segundo o presidente eleito, o déficit das contas públicas justifica a não concessão do aumento neste momento.

“Acho que estamos em uma fase em que ou todo o mundo tem ou ninguém tem. Nós sabemos que o Judiciário é o mais bem aquinhoado entre os Poderes. A gente vê com preocupaçã­o [a proposta de reajuste]”, disse.

Bolsonaro, que esteve na véspera com o presidente do Senado, disse não ter sido avisado sobre a inclusão do projeto em pauta.

Ele criticou a medida e disse que “todos estão no mesmo barco”.

“Eu falei para o Toffoli ontem [terça-feira] que existe um Poder só e o que está em jogo é o futuro do Brasil. Estamos aqui em uma profunda crise ética, moral e econômica. E a responsabi­lidade tem de ser dividida por todos”, afirmou.

Bolsonaro disse ainda que tem de vir de todos a colabo- ração para que o Brasil saia da crise.

“O Poder Judiciário, no meu entender, em um gesto de grandeza, com toda a certeza não fará tanta pressão assim por esse aumento de despesa agora no meu entender.” A medida, porém, foi aprovada.

Opositores de Bolsonaro também se colocaram contra o projeto criticado pelo presidente eleito.

“É de uma irresponsa­bilidade enorme fazermos isso não com o presidente eleito, mas com o país”, afirmou o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

“Nós estamos trabalhand­o no escuro”, afirmou o senador Roberto Requião (MDBPR), durante a votação.

Já Romero Jucá (MDB-RR) negou que se aumentarão as despesas do Judiciário para o novo governo. “O teto será cumprido. Não estamos aqui discutindo aumento de gasto do Poder Judiciário”, disse.

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