Museu explora histórias do passado escravista inglês
A rua Penny Lane esconde um passado nada festivo de Liverpool. Seu nome é homenagem a James Penny, um comerciante de escravos local contrário à abolição.
Ao defender seus negócios no Parlamento, Penny disse ter investido em mais de dez viagens à África, chegando a levar 500 escravos de uma única vez às Índias Ocidentais.
No século 18, Liverpool era a segunda maior cidade do império britânico, atrás de Londres, graças ao dinheiro oriundo da construção de navios e do próprio comércio negreiro, que representava 40% do tráfico de escravos no mundo e 80% do inglês.
Apenas no ano de 1799, mais de 80 navios saíram de Liverpool com destino à África, transportando, em seguida, mais de 45 mil escravos para as Américas, a maioria para ilhas do Caribe.
As embarcações deixavam a cidade carregadas com algodão, armas, ferro e álcool para trocar por escravos, ouro e marfim. Também voltavam com açúcar, café e tabaco.
Todos esses dados são apresentados no Museu Internacional da Escravidão (liverpoolmuseums.org.uk/ism), que tem entrada gratuita.
Além dos números, histórias de navios e até alguns grilhões, o espaço exibe um pouco da cultura de países da África Ocidental, incluindo instrumentos musicais, máscaras e esculturas. A parte final da exposição trata da importância dos movimentos de direitos civis do século 20.