Bancada pela China, ponte suspensa em Moçambique será a maior da África
são paulo Moçambique inaugura neste sábado (10) a maior ponte suspensa da África, construída por uma empresa da China e paga com empréstimos oferecidos por Pequim.
A ponte Maputo-Katembe tem dois quilômetros e liga a capital do país à outra margem da baía de Maputo, no oceano Índico. O vão principal tem 700 metros de extensão.
A construção busca facilitar a ligação da capital moçambicana com a estrada que leva para a África do Sul. A expectativa é que a conexão estimule a economia e o turismo de Moçambique.
A obra foi erguida por uma empresa chinesa e faz parte de um conjunto de estradas que somam 187 quilômetros. O contrato custou ao todo US$ 785 milhões (R$ 2,94 bilhões), e 95% desse valor foi bancado por empréstimos obtidos com a China.
A travessia terá cobrança de pedágio, que custará de 160 a 1.200 meticais (cerca de R$ 10 e R$ 74, respectivamente).
Os valores foram questionados pelos motoristas, que disseram ter dificuldades para arcar com o gasto diário. “Essa ponte veio para beneficiar os turistas”, disse Esperança Severino, moradora de Katembe, ao site O País.
Como resposta às queixas, o governo prometeu dar desconto para usuários frequentes. Quem fizer mais de 60 viagens por mês pagará 64 meticais (R$ 4) por passagem.
O salário mínimo em Moçambique varia de acordo com cada setor da economia. O mais baixo, para pescadores, é de 4.063 meticais (R$ 285) mensais. Quem trabalha com serviços financeiros tem o valor mais elevado: recebe ao menos 11.987 meticais (R$ 740).
A cidade de Maputo tem 1,1 milhão de habitantes, segundo o censo de 2017. A expectativa é que 4.000 veículos atravessem a ponte diariamente. O serviço de balsas que opera atualmente é capaz de levar apenas 200 automóveis por dia, numa viagem que pode durar até três horas. Com a ponte, a travessia deve ser feita em cerca de dez minutos.
Pequim tem atuado em grandes projetos em Moçambique, como a construção das novas sedes da Assembleia da República e da ProcuradoriaGeral do país. Em maio, os chineses anunciaram investimentos para construir um aeroporto e o lançar um serviço de televisão por satélite para aldeias remotas.