Coleção traz imaginário histórico revisto por Eisenstein
Considerado um dos mais revolucionários diretores russos, Sergei Eisenstein recebeu um pedido do ditador Josef Stálin: precisava de uma arma de propaganda contra a ameaça nazista. A invasão era iminente.
Tema do 17º volume da Coleção Folha Grandes Diretores no Cinema, o longa “Alexander Nevsky”, de 1938, gira em torno do heroísmo nacional ao recuperar a história do príncipe que liderou o Exército russo em 1242 contra a invasão dos cavaleiros germânicos na Batalha do Lago Peipus.
A reencenação teve influências da ópera, com grandiosas imagens de batalhas, de homens, cavalos e armas medievais com a contribuição do uso dramático do som, colaboração do compositor Serguei Prokofiev, autor das partituras musicais do filme.
A edição da Coleção Folha, que chega às bancas em 18/11, traz um DVD e um livro com análises da obra de Eisenstein.
A filmografia abrange sete longas e diversos projetos anulados. Suas referências passam por ciência, arquitetura, engenharia, teatro, circo, filosofia, psicanálise e literatura.
O diretor, que explorava o imaginário histórico e utilizava o cinema como propaganda, concebeu o conceito de “montagem de atrações”, com o qual pretendia expor o espectador a estímulos, possibilitando que o próprio construa suas significações.
Eisenstein também bebeu das vanguardas que quebraram com a predominância da estética clássica, em busca de novos sentidos, uma nova sociedade e um novo homem.