Decisão argentina da Libertadores tem rivalidade também entre os técnicos
Boca e River disputam jogo de ida da final da competição neste sábado (10)
Não basta a Libertadores ser decidida pela primeira vez por um clássico de bairro e entredois dos maiores adversários do planeta.
Há também a rivalidade entre dois técnicos. Ídolos de Boca Juniors e River Plate, respectivamente, Guillermo Barros Schelotto e Marcelo Gallardo se enfrentam neste sábado (10), em La Bombonera, no jogo de ida da decisão.
Ambos foram campeões da Libertadores como jogadores (Gallardo tem um título como técnico), embora com estilos distintos. Schelotto era um atacante aguerrido e veloz, o parceiro preferido do centroavante Martín Palermo, maior artilheiro da história do clube.
Gallardo era um meia clássico, típico da Argentina, sempre com um olho para o passe decisivo ou o gol de falta.
“Quero que chegue logo o sábado. Quero jogar. Você pode analisar, estudar, trabalhar, mas tem de chegar logo o sábado. Vivi momentos incrí- veis, ganharas finais de Mun- diais contra Real Madride Mi- lan,m as nãoé iguala agora ”, disse o técnico do Boca.
Ambos são adeptos do futebol ofensivo, de ataque. Mas têm na ideia de jogo que propõem aplicações distintas par achegara esse objetivo.
Gallardo gosta que sua equipe fique co mabola e sepo sic ioneno campo rival.Fo ias- sim, por exemplo, na vitória sobre o Grêmio em Porto Alegre, que garantiu a vaga na final do torneio continental.
Sem atacantes de velocidade pelos lados, o comandante do River pede que seus laterais, Montiel e Casco, joguem avançados, ocupando a faixa lateral no campo de ataque.
A ausência de pontas, entretanto, não obriga o técnico ater centroavantes fixos entre os zagueiros adversários. Tanto Lucas Pratto como Santos Borré ou Ignacio Scocco se mexem com frequência e participam ativamente da construção ofensiva do time.
A saída de bola, geralmente, é iniciada pelo zagueiro Javier Pinola, que gosta de arrancar com ela dominada até o campo de ataque, deixando atacantes para trás para criar superioridade numérica.
Quando chega à frente, entrega o passe para os meias Juan Quintero e Exequiel Palacios, que elaboram o jogo juntamente com o camisa 10 Pity Martínez, em grande fase.
Já o Boca de Guillermo Schelotto busca o ataque de forma mais vertical, com passes rápidos para chegar ao gol adversário. Ao contrário de Gallardo, utiliza dois pontas, que tentam superar os laterais rivais com jogadas individuais, e um homem mais centralizado entre os defensores.
A tendência para este sábado é que mantenha o trio ofensivo que enfrentou o Palmeiras em São Paulo, com Villa pela direita, Pavón pela esquerda e Ábila de centroavante.
Aforça desse Boca está justamente em seus homens de frente. Dos 21 gols na Libertadores, 16 foram marcados por atacantes: o artilheiro Ábila tem 4; Pavón, Benedetto, Zárate e Tévez têm 3.
Outro setor forte da equipe é seu trio de meios-campistas, com atletas que misturam características e ajudam tanto na construção como na marcação. O volante Wilmar Barrios, posicionado à frente da defesa, é quem geralmente inicia as jogadas.
Ao lado dele estão Nahitan Nández e Pablo Pérez, ambos com forte pegada no meio. Nández se aproveita do vigor físico e de sua aplicação tática para ir e voltar pelo lado direito. Já Pablo Pérez ataca mais pelo meio, procurando os companheiros para tabelar e entrar na área para finalizar.
Entre os técnicos, o único que poderá dirigir sua equipe do campo será Schelotto. Punido, Gallardo nem sequer poderá estar na Bombonera.
“A punição é absurda. Direito de admissão é punição aplicada a marginais”, se queixou o presidente do River Plate, Rodolfo D’Onofrio.
“Direito de admissão” é o nome da sanção a torcedores violentos que não podem entrar em estádios do país.
Em má fase no Brasileiro, Corinthians e São Paulo jogam em busca de afirmação e para afastar questionamentos sobre seus técnicos.
Cercados de boas expectativas quando contratados e no início de trabalho, Jair Ventura, 39, e Diego Aguirre, 52, ouviram vaias e gritos de “burro” recentemente.
Contratado há dois meses para substituir Osmar Loss no Corinthians, Ventura era visto como o nome ideal para dar sequência ao trabalho de Fábio Carille.
Com um time desacreditado após as saídas de Balbuena e Rodriguinho, ele surpreendeu ao eliminar o Flamengo e chegar à final da Copa do Brasil. Na decisão, porém, per- deu para o Cruzeiro.
Após a final, a expectativa da diretoria era que o clube escapasse rapidamente da ameaça de rebaixamento, o que não aconteceu.
Diante de três rivais diretos (Vitória, Bahia e Botafogo), somou apenas 4 pontos. Hoje ocupa o 12º lugar, com 39 pontos —5 a mais que o Vitória, primeiro da zona de descenso.
“Não podemos nunca olhar para baixo. Não vai ser com uma vitória que vamos olhar para cima ou uma derrota que vamos olhar para baixo. Vamos fazer nosso melhor”, disse Jair, que tem o pior aproveitamento entre os três técnicos do time no ano: 33,3%. Loss soma 46,6%, e Carille, 61,2%.
Um triunfo no clássico é visto como fundamental para o técnico ganhar respiro e deixar o time praticamente salvo do descenso.
Já Diego Aguirre chegou ao São Paulo em março, após demissão de Dorival Júnior. No início, agradou a torcida com o estilo de jogo intenso e de aplicação tática.
Conduziu o time à ponta do Nacional por oito rodadas, o que fez a diretoria pensar em antecipar sua renovação de contrato, mas o treinador preferiu esperar.
Depois disso, o São Paulo caiu de rendimento. Aguirre foi questionado pelas escalações e chamado de “burro” após perder do Palmeiras.
“O objetivo era voltar à Libertadores. O que aconteceu é que o time ficou acima das expectativas. Depois, sofremos derrotas e entrou um clima não de frustração, mas de tristeza”, disse.
A esperança de título ruiu com a queda para o quarto lugar, mas uma vitória no clássico pode deixar o time bem próximo da fase inicial da Copa Libertadores de 2019.
Aguirre terá outra tarefa: quebrar o jejum são-paulino de 2 empates e 8 derrotas no Itaquerão.
Liminar suspende penhora de taça do Mundial de Clubes
O Corinthians afirmou ter em mãos uma liminar que suspende a penhora da taça de campeão do Mundial de Clubes de 2012, conquistada pelo clube após vitória contra o Chelsea, no Japão. A penhora havia sido determinada na quinta (8), após processo aberto pelo Instituto Santanense de Ensino Superior, que cobra R$ 2,5 milhões do clube.