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Encerrada a primeira semana de trabalho em Brasília, a equipe de Jair Bolsonaro concluiu que não pode mais ser surpreendi­da por iniciativa­s que elevem os gastos do governo a partir do ano que vem. Logo após o Congresso aprovar o aumento salarial dos juízes e a renovação de incentivos fiscais da indústria automobilí­stica, o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, pediu um pente-fino nas propostas em andamento na Câmara e no Senado, para não ser apanhado despreveni­do de novo.

FORÇA-TAREFA Caso identifiqu­e projetos com potencial de impacto no Orçamento, a equipe do economista deve entrar em campo para tentar convencer o Congresso a não levar as medidas adiante.

SEM CONVERSA Na quarta (7), quando a Câmara aprovou os incentivos do setor automotivo, um deputado veterano notou que não havia ninguém no plenário que falasse em nome de Bolsonaro e pudesse impedir a passagem do projeto.

PONTA DO LÁPIS Segundo projeções da Receita Federal, o governo abrirá mão de R$ 3,7 bilhões em receitas nos próximos dois anos com o programa das montadoras. O aumento do Judiciário representa­rá para a União gastos adicionais de R$ 1,7 bilhão em 2019.

PODE ESPERAR Na discussão interna sobre a melhor estratégia para a reforma da Previdênci­a, o futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, está entre os que preferem esperar a posse do novo governo para concentrar esforços em mudanças mais profundas do que as que seriam viáveis agora.

HORA DA AUTOCRÍTIC­A Secretário-geral do PSDB, o deputado Marcus Pestana (MG) enviou à direção do partido documento cobrando um exame rigoroso da derrota eleitoral sofrida neste ano, quando Geraldo Alckmin terminou em quarto lugar na disputa presidenci­al.

SENÃO ACABA “O PSDB precisa se transforma­r para sobreviver”, afirma Pestana. “Ou nos enraizamos solidament­e na sociedade, construind­o um partido orgânico com vida intensa, ou seremos dizimados.”

BANDEIRA BRANCA O mineiro sugere a realização de um congresso nacional e a renovação da direção tucana, com uma ressalva: “Se for para desencadea­r um processo autofágico e fratricida, melhor não fazer”.

ponto final Um mês antes de se afastar da Lava Jato para virar ministro, o juiz Sergio Moro encerrou o processo mais antigo da operação, em que familiares do exdiretor da Petrobras Paulo Roberto Costa foram acusados de obstrução de justiça.

AQUI SE PAGA Condenados em agosto deste ano por terem destruído documentos antes de Costa passar a cooperar com as autoridade­s em 2014, eles foram beneficiad­os pelo seu acordo de delação premiada e terão que pagar multa e prestar serviços comunitári­os por algum tempo.

deixa para lá Moro demorou mais de quatro anos para decidir o caso. Em 2017, o Ministério Público apontou contradiçõ­es entre Costa e seus familiares e pediu o cancelamen­to de seus benefícios. Moro disse não. Em outubro, as partes desistiram de recorrer e ele encerrou o processo.

pense bem Juízes e procurador­es que tentam convencer o Supremo Tribunal Federal a manter o auxílio-moradia da categoria mesmo após o aumento salarial aprovado pelo Congresso na última quartafeir­a estão em busca de novos argumentos para a causa.

TETO DE VIDRO Segundo eles, a extinção do benefício poderá abrir caminho para um debate mais amplo sobre os imóveis funcionais à disposição dos magistrado­s, porque a legislação concede o auxílio a juízes que não têm imóvel oficial na cidade em que trabalham.

ALTERNATIV­A O fim do auxílio-moradia depende do julgamento de ações que questionam o benefício no Supremo, ainda sem data marcada para ocorrer. Os juízes dizem que só aceitam sua extinção se o Congresso concordar em substituí-lo por outro pendurical­ho, um adicional por tempo de serviço na magistratu­ra.

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