Ana Moser critica ‘gritaria’ nos debates sobre a política esportiva no Brasil
são paulo Ex-jogadora da seleção de vôlei, Ana Moser, 50, tornou-se uma das vozes mais ativas do país na discussão sobre política esportiva.
Ela se envolveu em debates nas redes sociais a respeito do futuro do Ministério do Esporte, que deve ser incorporado à pasta da Educação no governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL).
Nesta terça (14), em evento do Banco Votorantim em São Paulo, quando foi anunciado o apoio financeiro da instituição a projetos sociais esportivos, entre eles o de Ana Moser, a ex-atleta criticou a forma como vem sendo discutido o destino da pasta.
Para ela, mais importante do que debater a existência ou não do Ministério do Esporte é a manutenção de ações que hoje são de responsabilidade do órgão, como o Bolsa Atleta.
O programa possui seis categorias de bolsa e prevê repasses diretos que variam de R$ 370 (atletas de base) a R$ 15 mil (esportistas que disputam pódio em competições mundiais e olímpicas) mensais.
“Como ficam esses programas? Qual o plano por trás de tudo isso? A proposta é [fazer] economia ou manter o esporte em outras bases?”, questiona Ana Moser.
Ela critica a falta de contribuição de atletas e ex-atletas brasileiros para a discussão.
“Conhecem pouco, são fechados. Muitas vezes, atletas de alto rendimento em atividade estão treinando, jogando, envolvido em outras coisas. Falta conhecimento de como se viabiliza. Tenho visto pouco debate qualificado, tenho visto muita gritaria”.
Medalhista olímpica em 1996, ela já presidiu e hoje faz parte da diretoria da Atletas pelo Brasil, organização que busca melhorias na legislação e em políticas públicas esportivas. Em 2001, criou o instituto Esporte & Educação, que desenvolveu metodologia de esporte educacional.
Na opinião de Ana Moser, a incorporação do Esporte ao Ministério da Educação até pode ser um caminho, desde que haja estratégia para isso.
No Twitter, ela já criticou opiniões de sua ex-colega Ana Paula Henkel e dos campeões olímpicos William Arjona (2016) e Gustavo Endres (2004): “A contribuição de vocês deveria ser mais qualificada, não só repetir os simplismos e generalizações, destruir tudo para reconstruir direito depois, tenha santa paciência. O que vocês conhecem das políticas, programas, estratégias e gestores, onde vocês estavam estes anos todos?”.