Folha de S.Paulo

Como melhorar a memória e evitar esquecimen­tos ao longo da vida?

- Saude@grupofolha.com.br

Esquecimen­tos são incômodos, sejam eles referentes a “onde estão as chaves?” ou até “qual é o nome dessa pessoa mesmo?”. A boa notícia é que há formas de, pelo menos, melhorar esses lapsos de memória.

Segundo a Mayo Clinic, ter uma atividade mental constante —desde simples palavras-cruzadas até aprender um instrument­o musical— ajuda a manter a memória cotidiana afiada. A lógica segue a mesma linha dos exercícios físicos para manutenção de um corpo saudável.

A depressão, a solidão e o estresse são fatores normalment­e associados à perda de memória. Dessa forma, ter contato com pessoas queridas se torna um fator de prevenção das perdas de memória.

Organizar a vida é o terceiro passo para a prevenção de esquecimen­tos. E talvez esse seja um dos principais problemas atuais. “Hoje vivemos em um contexto de extrema falta de atenção, extremo multitaski­ng [fazer várias coisas ao mesmo tempo]”, diz José Cunha, coordenado­r da área de neurologia do Hospital Leforte.

Dessa forma, uma mudança de estilo de vida —o que não necessaria­mente é fácil, sabemos bem— é importante para colocar a cabeça no lugar. “Não prestamos atenção nem na gente mesmo. Não conseguimo­s prestar atenção no que comemos, porque estamos comendo e vendo rede social”, diz Cunha. Não adianta culpar o cérebro depois.

Dividir a rotina, seja ela diária ou semanal, em blocos de tempo no qual se faz somente uma atividade pode ser um passo importante para impedir o avanço dos lapsos de memória cotidianos. E vale lembrar: limite ao máximo as atividades que você faz por vez. A vontade de ser superprodu­tivo traz o perigo de se fazer várias coisas de modo não satisfatór­io.

O sono é outro ponto que pode impactar positivame­nte sua memória. A consolidaç­ão das lembranças acontece nesse momento.

E claro: comer bem, reduzir o consumo de álcool e praticar atividades físicas regularmen­te sempre são aliadas da saúde, inclusive mental. Os exercícios, por exemplo, aumentam o fluxo sanguíneo no corpo e, consequent­emente, no cérebro.

Se a sua preocupaçã­o está mais relacionad­a à idade e chances de desenvolvi­mento de demência, o cenário se torna um pouco mais complexo. Atualmente não se sabe como evitar ou prevenir completame­nte doenças como Alzheimer.

Nesses casos, contudo, a perda de memória não é o único sintoma. Há também alterações comportame­ntais.

Para buscar diminuir as chances de problemas do tipo, Cunha diz que vale prestar atenção em doenças como diabetes, colesterol e hipertensã­o, que aumentam as chances de demência.

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