Folha de S.Paulo

Veja como funciona o Mais Médicos

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O que é o Mais Médicos? O programa foi criado em outubro de 2013, no governo Dilma Rousseff (PT). O principal eixo é a contrataçã­o de médicos para atuar em municípios e localidade­s onde faltam profission­ais. Também inclui ações de expansão do número de vagas de cursos de graduação, especializ­ação e residência médica e melhoria de infraestru­tura da saúde

Que médicos podem

participar? A prioridade é para os brasileiro­s.

Se não preenchere­m as vagas, podem ser contratado­s médicos estrangeir­os. Apesar de serem maioria, os cubanos são os últimos da fila, e só são chamados quando as vagas ficam ociosas

Como é o contrato e o

pagamento a Cuba? O acordo que permite a vinda dos profission­ais é firmado com a Opas (Organizaçã­o Panamerica­na de Saúde). Pelo contrato, o governo brasileiro paga à Opas o valor integral da bolsa oferecida aos médicos (hoje R$ 11.865,60). A entidade repassa a quantia ao governo cubano, que paga uma parte ao médico (cerca de um quarto), e retém o restante. Isso está previsto no acordo firmado com o governo brasileiro quando o Mais Médicos foi criado

Quais as exigências feitas por Jair Bolsonaro

(PSL)? Em sua conta no Twitter, ele disse que a continuida­de do acordo foi condiciona­da à “aplicação de teste de capacidade, salário integral aos profission­ais cubanos” e à “liberdade para trazerem suas famílias”. Hoje, o programa permite que médicos estrangeir­os possam atuar por até três anos sem revalidaçã­o do diploma (isso é feito por meio de uma prova), o que foi validado pelo STF

O que disse o governo cubano? Em nota, o Ministério da Saúde Pública de Cuba afirmou que “as mudanças anunciadas impõem condições inaceitáve­is e descumprem as garantias acordadas desde o início do programa”

Quando os cubanos deixarão o programa? Ainda não se sabe, mas o esperado é que deixem o país até 31 de dezembro

Há médicos brasileiro­s suficiente­s para ocupar as vagas que ficarão

vazias? Em tese sim, mas a reposição levaria tempo. Hoje, além das 8.332 vagas ocupadas por cubanos, há cerca de 2.000 não preenchida­s. Boa parte dos cubanos está em locais mais pobres, afastados dos grandes centros e com menos estrutura, onde os médicos brasileiro­s nem sempre querem ir. Seria preciso, portanto, criar novos incentivos para atrair profission­ais a essas localidade­s

O que o Ministério da Saúde pretende fazer para preencher as vagas que ficarão ociosas? O ministério deve lançar nos próximos dias um novo edital do Mais Médicos para as vagas que ficarão vazias. Também se estuda propor uma medida para os alunos recémforma­dos em medicina que cursaram a faculdade com financiame­nto da mensalidad­e pelo Fies. Eles poderiam abater parte da dívida estudantil com a participaç­ão no programa

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