Folha de S.Paulo

Com dificuldad­e, Brasil vence Uruguai em 2º teste pós-Copa

Neymar, em cobrança de pênalti, deu a vitória ao Brasil em jogo duro contra o rival sul-americano

- Adrian Dennis/AFP

BRASIL 1 URUGUAI 0

No seu segundo teste real desde a disputa da Copa do Mundo na Rússia, a seleção brasileira encontrou dificuldad­es na vitória por 1 a 0 sobre o Uruguai, nesta sexta-feira (16), no Emirates Stadium, em Londres.

Do Mundial até aqui, a equipe do técnico Tite havia tido tranquilid­ade para superar rivais de pouca expressão, como Estados Unidos, El Salvador e Arábia Saudita. A vitória mais apertada veio justamente no primeiro jogo diante de uma seleção de elite: 1 a 0 sobre a Argentina.

Contra os uruguaios, principalm­ente no primeiro tempo, o Brasil esbarrou na forte marcação adversária.

Foram cerca de 30 minutos com a seleção brasileira tentando superar a linha de cinco homens de azul no meio, mais a linha de quatro defensiva. O time trocava passes, mas esbarrava no muro celeste.

Sem conseguir entrar na área do Uruguai, Neymar recuou bastante para tentar iniciar as jogadas de ataque. Por vezes, vinha buscar a bola no pé de Arthur e de Walace, titular na vaga do lesionado Casemiro. A dupla compôs o meio com Renato Augusto, convocado pela ausência de Philippe Coutinho, também desligado do elenco por lesão.

O trio atuou junto pela primeira vez, o que explica um pouco a dificuldad­e do Brasil de criar chances claras de gol. O estilo de jogo dos três passa mais pelo passe do que pela projeção ao ataque ou a infiltraçã­o pelo meio, caracterís­tica de Paulinho, por exemplo.

Diante das duas linhas de marcação uruguaias, as trocas de passe se mostraram infrutífer­as, obrigando o recuo de Neymar e fazendo com que a seleção apelasse para os chutes de média e longa distância.

Além do camisa 10, Filipe Luís e Walace tentaram abrir o placar nos arremates de longe, mas todos para fora, sem perigo para o goleiro uruguaio Martín Campaña.

Depois de segurar a primeira meia-hora de forte intensidad­e do Brasil, o Uruguai aproveitou a parte final do primeiro tempo para jogar um pouco mais e tentar agredir a defesa brasileira.

As duas melhores oportunida­des da equipe celeste na etapa inicial acontecera­m após roubos de bola próximos à área da seleção brasileira, aproveitan­do a falta de entrosamen­to dos novos meios-campistas na saída de bola.

Suárez e Cavani fizeram Alisson trabalhar. Na primeira chance, o atacante do Barcelona (ESP) finalizou de fora da área. Na segunda, encontrou Cavani às costas de Filipe Luís, obrigando o goleiro a sair e fechar o ângulo do atleta do Paris Saint-Germain (FRA).

O goleiro do Liverpool (ING), cobrado pelo desempenho discreto na Copa, apareceu bem novamente no início do segundo tempo, espalmando com segurança cobrança de falta de Suárez.

A segunda etapa serviu para Tite dar chance ao volante Allan, do Napoli (ITA), que entrou no lugar de Renato Augusto para fazer sua estreia com a seleção brasileira.

Richarliso­n, que participou de todas as convocaçõe­s do treinador desde o Mundial da Rússia, foi a outra mudança no time para a etapa final. O atacante entrou no lugar de Douglas Costa, que celebrou sua volta à seleção depois do episódio da cusparada em um atleta rival em partida do Campeonato Italiano.

O Brasil só conseguiu abrir o placar com um pênalti controvers­o marcado pelo árbitro inglês Craig Pawson. Danilo invadiu a área pela direita e tomou um chute do lateral esquerdo Laxalt. Pawson não viu penalidade, mas atendeu ao chamado do bandeira, que orientou o juiz para a marcação do pênalti.

Os jogadores uruguaios reclamaram bastante com o árbitro de um toque de mão de Danilo, que de fato aconteceu após tentativa da defesa uruguaia de afastar a bola.

Neymar foi para a cobrança e deslocou Campaña para marcar seu 60º gol com a camisa da seleção. O camisa 10 é o terceiro maior artilheiro do Brasil na história, atrás apenas de Pelé (77) e Ronaldo (62).

Com a vitória, Tite e sua equipe mantêm os 100% de aproveitam­ento no período pós-Copa do Mundo da Rússia, com cinco triunfos em cinco amistosos disputados.

A seleção brasileira encerra o ano na próxima terça (20), com o jogo contra Camarões, na cidade inglesa de Milton Keynes. Tite e a comissão técnica vão observando nomes para a disputa da Copa América, no ano que vem, que acontecerá em solo brasileiro. Será o primeiro grande compromiss­o desde o Mundial.

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Neymar tenta passar pela marcação de jogadores do Uruguai

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