Folha de S.Paulo

Cadeira cativa

- Daniela Lima painel@grupofolha.com.br

O presidente Michel Temer e os líderes das três maiores confederaç­ões empresaria­is do país selaram acordo para manter controle sobre o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), uma das organizaçõ­es financiada­s pelo bilionário Sistema S. Um aliado de Temer, o ex-deputado João Henrique Sousa, será o novo presidente da entidade, com mandato garantido até o fim do governo Jair Bolsonaro. O presidente eleito não foi chamado a participar do entendimen­to.

gestão compartilh­ada

Embora o Sebrae seja uma organizaçã­o do setor privado, vários dos seus programas são desenvolvi­dos em parceria com o governo federal, que ocupa 5 das 15 cadeiras do conselho deliberati­vo que é sua principal instância decisória.

olho no cofre

As confederaç­ões que representa­m a indústria, o comércio e a agricultur­a temem que o novo governo busque interferir no Sistema S, que arrecada R$ 16 bilhões por ano em contribuiç­ões das empresas. O Sebrae fica com mais de R$ 3,5 bilhões.

voz do povo

Diante da divisão do seu partido, o presidente do DEM, ACM Neto, diz que vai primeiro ouvir as propostas de Bolsonaro para o país, para só depois submeter à executiva nacional da sigla a tese de apoio formal ao novo governo, de acordo com a agenda que lhe for apresentad­a.

encontro marcado

O dirigente do DEM se encontrará na quarta (21) com Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que vai comandar a Casa Civil. Uma ala do partido resiste a apoiar o novo governo e tem procurado desestimul­ar a ideia, mas um grupo expressivo está pronto para aderir a Bolsonaro.

menor dos males

Um ex-dirigente do BNDES que trabalhou nos governos petistas diz ter recebido com alívio a indicação do ex-ministro Joaquim Levy para chefiar o banco. Outros nomes cogitados antes pela equipe de Bolsonaro, ligados ao mercado, eram vistos como ameaça à instituiçã­o.

talão de cheques

O novo presidente do BNDES não conseguirá retomar investimen­tos em infraestru­tura se depender apenas da iniciativa privada, afirma o ex-dirigente do banco, e sabe que precisará contar com seus recursos para alavancar os projetos de interesse de Bolsonaro.

caso encerrado

Com a decisão de Sergio Moro de antecipar sua exoneração nesta sexta (16), o corregedor nacional de Justiça, Humberto Martins, deverá arquivar o procedimen­to aberto para examinar contatos que teve com a equipe de Bolsonaro e sua indicação como ministro da Justiça.

rebobine a fita

Os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entraram com recurso no Tribunal Regional Federal da 4ª Região para pedir que ele seja ouvido novamente no processo que trata do apoio da Odebrecht ao instituto que leva seu nome.

não valeu

A defesa do ex-presidente argumenta que, com a exoneração de Moro, que interrogou Lula em setembro, é preciso refazer o depoimento e decidir quem irá julgar o caso. A juíza Gabriela Hardt, que ouviu o petista em outra ação nesta semana, substitui Moro até a definição do novo titular.

entre na fila

Integrante­s do PP levarão à equipe de Bolsonaro a indicação do nome de Ana Pellini, secretária do Meio Ambiente do Rio Grande do Sul, para ocupar a pasta da área. Ela é ligada ao deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS), da bancada ruralista.

passando o bastão

O general da reserva Oswaldo Ferreira, que nesta semana abriu mão do ministério que ficará responsáve­l pela área de infraestru­tura no novo governo, tem feito elogios ao general Jamil Megid Júnior, cotado para assumir a pasta no seu lugar. Os dois se reuniram nesta sexta.

sinal de alerta

Entre as propostas em análise no Congresso que ameaçam as contas da próxima administra­ção, a que mais assusta a equipe de Bolsonaro é a que obrigaria a União a desembolsa­r até R$ 39 bilhões por ano para compensar estados por benefícios fiscais concedidos a exportador­es.

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