Folha de S.Paulo

Currículo que funciona é enxuto, em tópicos e sem nenhum enfeite

Como o recrutador leva menos de 10 segundos na avaliação do candidato, saiba o que deve vir primeiro

- Fernanda Reis

O tempo que um recrutador leva para decidir se um currículo merece ou não uma análise mais cuidadosa é de menos de dez segundos. A primeira impressão é, portanto, essencial. “Você precisa criar a atração para um primeiro encontro”, diz Fernando Mantovani, diretor geral da consultori­a Robert Half.

Não adianta, então, encher páginas e páginas com todos os detalhes de seu histórico profission­al. Recrutador­es recomendam que o currículo não passe de duas folhas —até quatro são aceitáveis numa posição de gerência, segundo André Ferragut, da recrutador­a Hays.

Todas as experiênci­as, porém, devem estar incluídas, mesmo as temporária­s, autônomas ou projetos pessoais.

Se for difícil condensar o histórico, pode-se detalhar os cargos ocupados nos últimos dez anos e só mencionar o resto. “Experiênci­as que não contribuem para o que você quer fazer agora podem ser bem sucintas”, orienta Patricia Paniquar, consultora de carreira da Lee Hecht Harrison.

A ordem das informaçõe­s também importa e pode alterar o resultado. Como o recrutador é rápido na hora de decidir se o candidato vale a pena, informaçõe­s mais importante­s devem vir primeiro: após o cabeçalho, uma linha com objetivos do candidato, sua formação e, só depois, histórico profission­al, do cargo mais recente ao mais antigo.

O importante é focar no conteúdo: enfeitar o currículo para chamar a atenção pode ser um tiro no pé.

“Na dúvida, vá no modelo básico. Destaque apenas os títulos em negrito, mas não use muitas cores. A entrevista é o momento ideal para mostrar sua criativida­de”, diz Luiza Rondinelli, gerente de recrutamen­to e seleção da Randstad Profession­als.

Pensar em layouts diferentes só vale a pena se a empresa para o qual o candidato está se aplicando for mais informal. “Ambientes de marketing ou vagas de trainee podem ter formato e visual diferentes, com gráficos”, afirma Gabriel Santos, gerente sênior da consultori­a Talenses.

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