Folha de S.Paulo

Covas gastou só 5% do orçado para recuperar viadutos

- Artur Rodrigues

A gestão Bruno Covas (PSDB) gastou neste ano apenas 5,3% do valor previsto para recuperaçã­o e reforço de pontes e viadutos.

A administra­ção reservou R$ 44,7 milhões para recuperaçã­o e reforço de viadutos e pontes no Orçamento deste ano. Porém, gastou até agora apenas R$ 2,4 milhões.

Além disso, do total de R$ 454,9 milhões reservados para manutenção de vias e áreas públicas em geral, a gestão Covas gastou apenas R$ 235,3 milhões, metade do previsto até o fim do ano.

Em outras áreas, como publicidad­e, a gestão teve índice maior de gasto em relação à previsão inicial. De R$ 105 milhões orçados, já foram gastos R$ 67 milhões (64%).

Em relação à dotação específica para recuperaçã­o de viadutos, a gestão Covas cita o fato de as licitações de projetos para do tipo terem sido suspensas pelo TCM (Tribunal de Contas do Município).

O tribunal, no entanto, emitiu nota neste ano destacando a demora da Prefeitura de São Paulo em atender às solicitaçõ­es feitas pelo órgão.

Para o advogado João Paulo Martinelli, professor do Instituto de Direito Público de São Paulo, eventual negligênci­a pode resultar em responsabi­lização até criminal.

“Esse crime pode tanto ser praticado por uma ação como também pode ser provocado por omissão. Quem responde por omissão? Aquele que tinha o dever legal de evitar o resultado”, afirmou.

Citando dados empenhados (valores comprometi­dos pela prefeitura, mas que ainda não foram gastos e ainda podem ser cancelados), e não os liquidados (efetivamen­te gasto), a prefeitura afirma que houve aumento de valores em relação ao ano passado.

Especifica­mente para a recuperaçã­o e reforço de pontes e viadutos, segundo Covas, houve aumento do valor empenhado de R$ 2,92 milhões, em 2017, para R$ 9,55 milhões em 2018. Em relação aos gastos gerais de manutenção de vias, foram empenhados 13% a mais que em 2017.

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