Folha de S.Paulo

Meu processo

- Daniela Lima painel@grupofolha.com.br

Classifica­do por Jair Bolsonaro como uma caixa-preta, o BNDES espera receber antes da posse do presidente eleito os resultados da mais ampla investigaç­ão já conduzida sobre os negócios feitos pela instituiçã­o nos governos petistas. Coordenado por advogados americanos e brasileiro­s contratado­s pelo banco, o trabalho examina há um ano os investimen­tos feitos na gigante de alimentos JBS. Nenhum indício de irregulari­dade foi apontado até agora pela auditoria.

IRRESTRITO A investigaç­ão interna teve acesso a mais dados do que a Polícia Federal e o Ministério Público, que apuraram o mesmo assunto. Mais de 200 mil documentos e emails foram analisados, e dezenas de funcionári­os, ouvidos.

APONTE O DEDO Ao concluir seu inquérito em agosto, a PF propôs o indiciamen­to do ex-presidente do banco Luciano Coutinho e do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, acusado de corrupção pelo empresário Joesley Batista, dono da JBS. O Ministério Público ainda não se manifestou.

PRÓXIMO ALVO O banco se prepara para contratar em breve investigaç­ão semelhante para examinar projetos da Odebrecht na África e na América Latina, que também foram financiado­s pela instituiçã­o e se tornaram alvo de suspeitas.

ANTES TARDE... Perto do fim do mandato e com a política do Rio em tumulto após a prisão de dez deputados estaduais, o governador Luiz Fernando Pezão (MDB) se prepara para enviar à Assembleia Legislativ­a uma ambiciosa proposta de reforma da Previdênci­a.

... DO QUE NUNCA O projeto prevê a criação de um fundo para pagar pensões e aposentado­rias aos servidores mais antigos. Ele seria gerido fora do Orçamento e teria como lastro ações de estatais, imóveis e créditos que o estado tem a receber dos contribuin­tes, entre outros ativos.

QUEM DÁ MAIS O futuro ministro da Economia de Jair Bolsonaro (PSL), Paulo Guedes, tem se reunido com integrante­s da equipe de Armínio Fraga.

CONTA CONJUNTA O grupo de transição de Bolsonaro ainda estuda adotar pontos da proposta entregue por Fraga, presidente do Banco Central na era FHC, para a reforma da Previdênci­a.

PROPORCION­AL AO PECADO O TCU deve discutir nesta semana recurso do Ministério Público de Contas que pede para a corte rever o entendimen­to que limita a cinco anos a vigência de punições a empresas condenadas à inidoneida­de —condição que as impede de celebrar contratos com o serviço público.

FEZ? AGUENTA A proposta em discussão prevê condenaçõe­s cumulativa­s. Ou seja: se houver penalidade­s em mais de um processo, elas devem ser somadas, não limitadas ao prazo de cinco anos.

PELA CULATRA Deputados veteranos debateram a movimentaç­ão de bolsonaris­tas pela revogação da norma que esticou a aposentado­ria compulsóri­a de ministros do STF de 70 para 75 anos. O problema, alertou um deles, é que, em debate no plenário, o limite de idade pode tanto voltar a 70 anos como passar para 80.

FIAPO Juízes e procurador­es apostam que, mesmo que o STF acabe com o auxílio-moradia tal qual ele é hoje, a corte manterá o benefício para quem não tem imóvel na cidade onde trabalha, por exemplo. Eles dizem que o tema é mais complexo do que parece.

MOEDA DE TROCA Membros do PSL querem lançar o presidente da sigla, Luciano Bivar, ao comando da Câmara. A articulaçã­o será discutida na quarta (21) e pode funcionar como cortina de fumaça para a legenda abocanhar o espaço que realmente deseja: a primeira vice-presidênci­a.

UMBIGO DO MUNDO Estimulada por Onyx Lorenzoni (DEMRS), futuro ministro da Casa Civil de Bolsonaro, o número de integrante­s do DEM indicados ao novo governo passou a incomodar generais da equipe do presidente eleito. Antes deles, o centrão já havia manifestad­o desconfort­o.

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