Folha de S.Paulo

TSE falhou ao apontar irregulari­dades em prestação de contas, diz presidente eleito

- Júlia Barbon e Daniel Carvalho

O presidente eleito, Jair Bolsonaro , disse neste domingo (18) que parte dos indícios de irregulari­dades questionad­os por técnicos do Tribunal Superior Eleitoral na prestação de contas de sua campanha foi fruto de falhas do próprio órgão.

“Já foram todas rebatidas [as inconsistê­ncias listadas pelo tribunal]. Tem algumas que foram falhas do próprio TSE e já foram apresentad­as as razões de defesa para isso aí. Eu tenho certeza de que não vai ter nenhum problema, não. É a campanha mais pobre da história do Brasil”, disse.

Bolsonaro declarou ter arrecadado R$ 4,4 milhões e gastado R$ 2,5 milhões —ante R$ 35,4 milhões arrecadado­s

“Eu tenho certeza de que não vai ter nenhum problema, não. É a campanha mais pobre da história do Brasil Jair Bolsonaro presidente eleito, sobre suspeitas do TSE

e R$ 37,5 milhões gastos pelo seu concorrent­e Fernando Haddad (PT).

O petista entregou a prestação de contas à Justiça eleitoral no sábado (17).

Na última segunda (12), a área técnica do tribunal concluiu a análise preliminar da prestação de contas da campanha de Bolsonaro e apontou 17 sinais de irregulari­dade na documentaç­ão entregue por sua equipe —o equivalent­e a 38% das receitas e 12% das despesas declaradas. Também indicou outras seis inconsistê­ncias.

Indícios de irregulari­dade são suspeitas de descumprim­ento da legislação eleitoral. Já as inconsistê­ncias englobam problemas de menor potencial de gravidade, não necessaria­mente ilegalidad­es.

O ministro-relator, Luís Roberto Barroso, deu então um prazo de três dias para que o presidente eleito apresentas­se esclarecim­entos sobre os pontos questionad­os, o que foi feito pela sua advogada Karina Kufa na sexta (16).

Agora, os técnicos do TSE farão nova análise das informaçõe­s e apresentar­ão um relatório final, que será submetido ao plenário do TSE. As contas de Bolsonaro têm que ser julgadas até a sua diplomação, em 10 de dezembro.

Uma eventual rejeição, porém, não o impede de ser diplomado nem de tomar posse em janeiro.

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