‘Gigantes na sala’, EUA e China derrubam o resto
O conflito entre China e EUA na cúpula do bloco Ásia Pacífico (Apec) foi manchete do South China Morning Post ao Financial Times. “O que eu posso fazer?”, perguntou o organizador, sobre a falta de comunicado final, culpando “os dois gigantes na sala”.
O SCMP acrescentou que uma reunião entre negociadores dos dois, em Washington, foi adiada para o G20 em Buenos Aires, em duas semanas.
E o Global Times/Huanqiu, ligado ao PC, soltou editorial dizendo que a falta de comunicado “não é grande coisa” e que “a cúpula de Xi e Trump no G20 terá muito mais peso”, mas depende de os EUA “se prepararem a sério”.
Ao fundo, o Wall Street Journal fechou a semana com a manchete “Desaceleração global se aprofunda”, sobre as quedas da produção no Japão e na Alemanha e do consumo na China. Diz que “em todo o mundo, um denominador comum afeta o crescimento: as batalhas comerciais entre os EUA, a China e outros”.
despojos
O FT noticiou que Trump está sob pressão para ceder, citando dados recémdivulgados que mostram que a exportação de soja americana à China “caiu 98%” e “as vidas dos sojicultores foram mais ou menos destruídas com a guerra”. Sem o acordo, diz o jornal, ganham os produtores do Mato Grosso, mesmo com a perspectiva de volta do El Niño em 2019.
exacerbação
O Barron’s, semanário ligado ao WSJ, publicou coluna sobre o que levou os brasileiros a “eleger um homem conhecido por intolerância e pela afeição à ditadura militar”. Como Paul Krugman no NYT, Matthew Klein escreve que o país chegou a 2014 com “desequilíbrios e reversão das entradas especulativas” e: “Normalmente, governos nessa situação responderiam baixando juros, cortando impostos e impulsionando gastos”, mas “no Brasil a desaceleração foi exacerbada por alta de juros e severo aperto orçamentário”.
medo
Já eleito, Jair Bolsonaro incentivou estudantes a gravar aulas —e o alemão Die Zeit acaba de publicar longa entrevista, “Um professor conta por que está com medo”. Entre as declarações destacadas, “Não há nada que se possa fazer”. Já o francês Le Monde se concentrou nas ameaças dos deputados aos professores, no debate do projeto “école sans parti”, sob o título “Bolsonaro abre a guerra da escola”.