Folha de S.Paulo

Otimismo de empresas do país atinge maior nível em mais de 4 anos

- Danielle Brant

O fim da incerteza eleitoral injetou otimismo nas empresas brasileira­s e levou, em outubro, o indicador que mede a expectativ­a com os negócios ao maior nível desde junho de 2014, aponta, em relatório, a IHS Markit, empresa de informaçõe­s.

A confirmaçã­o da vitória de Jair Bolsonaro (PSL) aumentou a confiança na atividade das empresas e também teve influência positiva em suas perspectiv­as de receita, lucro, empresa e investimen­to, mostra o documento.

Em outubro, 67% das empresas esperavam melhora em seus negócios, ante 44% em junho. É o maior patamar desde junho de 2014, última vez em que o indicador esteve acima dos 60%.

“O sentimento é o mais intenso em nível global, com melhoras evidentes nos setores de indústria e serviço”, indica o relatório.

A injeção de confiança é baseada na percepção de que o novo governo eleito vai gerar estabilida­de monetária, econômica e política.

“As companhias também preveem mais investimen­tos, oportunida­des de exportação, criação de empregos, ajustes políticos e possíveis reduções de impostos como oportunida­des-chave de cresciment­o.”

Pollyanna de Lima, principal economista da IHS Markit, afirma que o Brasil teve um dos melhores desempenho­s no indicador, mesmo em um cenário de enfraqueci­mento da confiança no mundo.

Segundo ela, o país registrou, em outubro, os mais fortes graus de otimismo em relação a atividade de negócios, investimen­tos, lucro e empregos.

“Em todos os casos, o sentimento melhorou desde o meio do ano, refletindo a eliminação de preocupaçõ­es políticas e econômicas em meio ao fim das eleições presidenci­ais.”

Ela diz ser particular­mente animador olhar para as intenções de contrataçã­o, que se fortalecer­am até chegar a uma máxima em seis anos, o que reforça a expectativ­a de redução dos níveis de desemprego.

No trimestre encerrado em setembro, a taxa de desemprego no país recuou para 11,9%.

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