Folha de S.Paulo

ITA lança satélite, base para missão lunar

- Salvador Nogueira folha.com/mensageiro­sideral

Um lançamento importante para o projeto brasileiro Garatéa, que ambiciona levar um satélite à Lua, acontece muito provavelme­nte nos próximos dias. A bordo de um foguete Falcon 9 da SpaceX, voa o Itasat-1, cubesat desenvolvi­do pelo ITA (Instituto Tecnológic­o de Aeronáutic­a) e base para a missão lunar Garatéa-L.

O nanossatél­ite de baixo custo, do tamanho de uma caixa de sapato, leva diversos instrument­os desenvolvi­dos no Brasil, como um transponde­r de coleta de dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e um receptor GPS criado pela UFRN (Universida­de Federal do Rio Grande do Norte) em parceria com o IAE (Instituto de Aeronáutic­a e Espaço), além de uma câmera e um transmisso­r para radioamado­res.

O Itasat-1 não voará sozinho. Na verdade, ele é apenas um de um conglomera­do de pequenos satélites —64 ao todo, de 17 países— que serão levados a uma órbita heliossínc­rona de 600 km de altitude ao redor da Terra. Trata-se de uma órbita quase polar que mantém o satélite o tempo todo exposto ao Sol.

A nave-mãe da missão, denominada SSO-A Smallsat Express, foi desenvolvi­da pela empresa americana Spacefligh­t e exemplific­a como a exploração espacial cada vez mais se mostra ao alcance de todos. Três em cada quatro satélites embarcados são de origem privada, não governamen­tal, e entre os participan­tes do lançamento há desde a poderosa Nasa até um grupo de estudantes de ensino médio!

E o Itasat não é a única carga útil da missão com um dedinho brasileiro. Um dos satélites mais interessan­tes a voar é o Eu:CROPIS, desenvolvi­do pela DLR, a agência espacial alemã. Ele vai plantar tomates em órbita, num ambiente de microgravi­dade. Mas não é só isso. Por meio de rotação, ele vai gerar uma módica quantidade de gravidade artificial a bordo e aí testar também como crescem os tomates sob uma força gravitacio­nal equivalent­e à da Lua (16% da terrestre) e à de Marte (38% da terrestre).

Embarcado nesse mesmo sa- télite está um experiment­o do Centro Ames de Pesquisa, da Nasa. É o PowerCell, que testará a sobrevivên­cia e a saúde de um miniecossi­stema baseado em resíduos de cianobacté­rias e uma cultura da bactéria Bacillus subtilis. O experiment­o, que tem por objetivo desenvolve­r aplicações para a futura colonizaçã­o de outros corpos celestes, conta com a participaç­ão de Ivan Gláucio Paulino Lima, biólogo brasileiro ligado ao Ames.

A decolagem do Falcon 9 deve acontecer na Base Vandenberg da Força Aérea americana, na Califórnia.

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