Folha de S.Paulo

Bolsonaro mantém ministro de Temer na CGU

Wagner Rosário, que também foi capitão do Exército, continuará em pasta, que não será unida à Justiça de Sergio Moro

- Talita Fernandes e Gustavo Uribe

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, anunciou por meio das redes sociais na manhã desta terça-feira (20) que Wagner de Campos Rosário permanecer­á como ministro da Transparên­cia, Fiscalizaç­ão e Controlado­ria-Geral da União. Bolsonaro anunciou o nome do ministério apenas como CGU, antiga denominaçã­o da pasta.

A escolha foi anunciada logo depois de ele ter conversado com Rosário na base aérea em Brasília, ao desembarca­r na manhã desta terça-feira (20) na capital federal para atividades do governo de transição.

Rosário assumiu a pasta interiname­nte em maio de 2017, depois da saída de Torquato Jardim—hoje ministro da Justiçado presidente Michel Temer—e da recusado deputado federal Osmar Serraglio (MDB-PR).

Até agora, o futuro governo manteve apenas Rosário da estrutura de primeiro escalão de Temer.

Bolsonaro, contudo, já anunciou que Mansueto Almeida seguirá chefiando o Tesouro Nacional e estuda a permanênci­a de Ivan Monteiro, atual presidente da Petrobras, em seu governo, à frente do Banco do Brasil.

A indicação de Rosário conta coma simpatia de Temere com o respaldo do ex-juiz Sergio Moro, que será o ministro da Justiça. Inicialmen­te, o governo dop residente eleito estudava unificar a CGU à Justiça ,p as taques erá comandada pelo ex-juiz federal da Lava Jato.

Os planos mudaram após a avaliação de que haveria excesso de atividades nas mãos de Moro e de críticas de que colocar fim ao status de ministério da CGU poderia compromete­r o combate à corrupção.

A avaliação no Palácio do Planaltoéd eque Rosário trabalhou em sintonia coma Polícia Federal no rastro da Operação Lava Jato, ganhando apoio junto a integrante­s da força-tarefa.

Além disso, o ministro é bem visto pela cúpula militar do novo governo por ter se formado capitão eter passado pela( Aman) Academia Militar das Agulhas Negras, onde também estiveram, além do próprio Bolsonaro, os generais Hamilton Mourão, vicepresid­ente eleito, e Augusto Heleno, futuro chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucio­nal).

Em Brasília, Moro disse nesta terça (20) que Rosário foi uma escolha de Bolsonaro.

“Uma boa escolha”, afirmou. Ele disse ainda que a possibilid­ade de fundir aC GUà Justiça era uma opção inicial.

“Era algo em estudo, não tinha nada definido. Foi tomada essa decisão [de separar] eé boa .”

Questionad­o se teria influencia­do na indicação do futuro chefe da CGU, Mouro respondeu que a decisão foi apenas de Bolsonaro. “Muito boa, por sinal”, declarou.

“Era algo em estudo [juntar a Controlado­ria Geral da União à Justiça], não tinha nada definido. Foi tomada essa decisão [de manter separado] e é boa

Sergio Moro futuro ministro da Justiça do governo Bolsonaro

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