Trump questiona conclusão da CIA sobre sauditas
O presidente Donald Trump expressou dúvidas nesta terça (20) sobre a conclusão de investigação da CIA (agência de inteligência) que responsabilizou o príncipe saudita, Mohammed bin Salman (MBS), pelo assassinato do jornalista Jamal Khashoggi.
Em comunicado, o republicano afirma que as agências de inteligência americana continuam a analisar toda informação, “mas que poderia muito bem ser que o príncipe herdeiro tivesse conhecimento deste trágico evento —poderia ter ou poderia não ter!”.
“Dito isso, podemos nunca saber de todos os fatos que cercam o assassinato do sr. Jamal Khashoggi”, disse. “Em qualquer caso, nossa relação é com o reino da Arábia Saudita. Eles têm sido um grande aliado em nossa importante luta contra o Irã.”
Khashoggi, crítico da monarquia em seu país, foi morto em outubro no consulado saudita em Istambul. Desde então, a Casa Branca resiste à teoria de que o príncipe tenha ordenado o assassinato, como diz o governo turco.
Os EUA precisam de apoio saudita nas prioridades de política externa americana e têm necessidade de administrar as relações com o príncipe herdeiro, que é próximo de Jared Kushner, genro de Trump.
O presidente descartou cortar negócios com a Arábia Saudita, dizendo que Rússia e China se beneficiariam disso.
Para chegar à conclusão de que Mohammed era responsável, a CIA analisou múltiplas fontes de informações, incluindo um telefonema que o irmão do príncipe Khalid bin Salman, embaixador saudita nos EUA, fez para Khashoggi.
Amparou-se ainda na avaliação de que o príncipe herdeiro é o comandante real do país e controla tudo no reino.
A monarquia saudita nega relação de MBS com o crime.