Juíza que substitui Sergio Moro deve seguir à frente da Lava Jato até abril
Informação consta em despacho no processo do sítio em Atibaia, que envolve o ex-presidente Lula
A juíza Gabriela Hardt, 42, que substituiu interinamente Sergio Moro na 13ª Vara de Curitiba e herdou os processos da Operação Lava Jato, deve continuar à frente dos trabalhos até o final de abril.
A informação consta em despacho assinado pela juíza e publicado na noite de quarta (21) na ação penal sobre o sítio em Atibaia (SP), no qual o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é um dos réus.
No despacho, a juíza transcreveu comunicado do corregedor Ricardo Teixeira do Valle, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que a define como substituta de Moro no processo —sua designação era questionada pelo ex-presidente e sua defesa.
“Esta magistrada foi designada para responder pela titularidade plena da 13ª Vara Federal de Curitiba no período de 19/11 a 30/04/2019, segundo comunicação recebida no dia 19/11/2018 na caixa de correio eletrônico desta unidade, sendo portanto a responsável pela tramitação dos feitos relacionados à Operação Lava Jato até 30/04/2019 ou até ulterior designação.”
Com isso, aumentam as chances de ela ser a responsável por sentenças de dois processos em que Lula é réu. No caso do sítio, ele é acusado de ter sido beneficiado com reformas de R$ 1,02 milhão das empreiteiras Odebrecht e OAS em imóvel que frequentava no interior paulista.
No mesmo documento, Hardt estabelece os prazos para as alegações finais das partes envolvidas nessa ação. A defesa de Lula tem até 7 de janeiro para encaminhar essa manifestação, que costuma ser a última antes da divulgação da sentença.
No despacho desta quarta, a juíza também rebateu questionamento feito pelo ex-presidente durante seu depoimento à Justiça Federal, no último dia 14. Ele afirmou na ocasião que o doleiro Alberto Youssef, que colaborou nos casos Banestado e na Lava Jato, era amigo de Moro, levando a uma discussão com Hardt.
“A menção feita no interrogatório de Luiz Inácio Lula da Silva à pessoa de Alberto Youssef em nada tem relação com o objeto dos autos, momento no qual fez inclusive falsas afirmações. Toda a narrativa efetuada passa pelo ponto em que busca o reconhecimento da suspeição do magistrado que me antecedeu no feito, sendo certo que esta já foi afastada em diversas oportunidades, por diversas cortes do país”, escreveu.
Além do caso do sítio, Lula é réu em ação em que é acusado de ser beneficiado com um terreno para o Instituto Lula.