Folha de S.Paulo

Supremo deve adiar análise de ‘escola sem partido’ de Alagoas

- Reynaldo Turollo Jr.

Em meio ao debate sobre o Escola sem Partido na Câmara dos Deputados e à indicação do ministro da Educação no governo de Jair Bolsonaro (PSL), o STF (Supremo Tribunal Federal) deverá adiar o julgamento sobre uma lei estadual de Alagoas semelhante, batizada de Escola Livre, que estava previsto para a próxima semana.

O adiamento condiz com as diretrizes de Toffoli, que, desde que assumiu a presidênci­a do Supremo, em setembro, tem dito que não quer pautar questões polêmicas que possam gerar conflito com o Poder Legislativ­o.

A leitura feita na corte é que Toffoli quer deixar o assunto para o Congresso —e os ministros poderiam sepultá-lo desde já caso declarasse­m inconstitu­cional a lei alagoana.

Toffoli tem dito publicamen­te que é hora de a política retomar seu protagonis­mo por meio do Legislativ­o e do Executivo. Ao mesmo tempo, conforme destacam auxiliares, ele tem buscado construir pontes com esses Poderes.

Há duas semanas, Toffoli recebeu visita de Bolsonaro no Supremo. Ambos falaram em diálogo, trabalho conjunto e harmonia entre os Poderes. O presidente eleito tornou-se conhecido, nos últimos anos, por defender os princípios que norteiam o projeto do Escola sem Partido —que, entre outras medidas, quer proibir que se fale de gênero e diversidad­e sexual nas escolas.

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